A proliferação do mosquito Aedes Aegypt, transmissor de
vírus como o da Dengue, febre Chikungunya e Zica, levou o Prefeito de Manhuaçu,
Nailton Heringer, a decretar situação de emergência em todo o território do
município. O decreto do chefe do executivo foi publicado nesta quinta-feira, 21/01.
Considerando o número elevado de casos e iminente risco de
epidemia no município, bem como a necessidade de se adotar medidas urgentes
para redução e contenção da proliferação do mosquito, que o prefeito tomou essa
atitude. “Na verdade, estamos agindo de acordo com a orientação do Ministério
da Saúde há muito tempo e já tomamos inúmeras medidas preventivas. Posso
destacar a limpeza de córregos e áreas públicas com maior necessidade, como
praças e bueiros. Esse decreto que acabo de assinar é para antecipar ao
problema, que Deus queira não nos atinja como tem sido em vários municípios do
país. A intenção é alertar cada secretário, todo o governo e toda a população.
Após esse período chuvoso, pode ser que tenhamos um agravamento do quadro, como
é normal. Não é nenhum alarde, nenhum anúncio de problema grave em Manhuaçu,
mas também não queremos que aconteça, por isso vamos contar com a cooperação de
todos” – esclareceu Heringer.
Grupo de
enfrentamento
O decreto de situação de emergência traz consigo inúmeras
medidas a serem adotadas a partir da sua publicação. Uma das mais importantes é
a criação do Grupo Executivo para Intensificação do Combate ao Aedes Aegypt –
GEICAEDES, que visa à implantação de um Plano de Contingências de enfrentamento
da anormalidade instalada. O objetivo do grupo é gerenciar e monitorar a
intensificação das ações de mobilização e combate ao mosquito, para
enfrentamento da Dengue, vírus Chikungunya e Zica vírus.
O Grupo Executivo para Intensificação do Combate ao Aedes
Aegypt deve ser composto por representantes das secretarias municipais e a
defesa civil, sob coordenação da Secretaria de Saúde.
Para atingir o objetivo, o Grupo Executivo para Intensificação do Combate ao Aedes Aegypti – GEICAEDES deverá: I – Planejar a execução das ações de mobilização e de combate ao mosquito no Município de Manhuaçu; II – Mobilizar pessoal, insumos, equipamentos e logística para a intensificação da campanha de combate ao mosquito; III – Coordenar, monitorar e supervisionar a execução das ações de mobilização e combate ao mosquito; IV – Intensificar as ações de combate ao vetor; V – Gerenciar os estoques de adulticidas e larvicidas; VI – Informar à Sala Estadual de Coordenação e Controle as necessidades logísticas para o pronto cumprimento da mobilização e combate ao mosquito; V – Realizar os levantamentos de dados para os indicadores; VI – Consolidar dados e informações sobre a intensificação da campanha de combate ao mosquito; VII – Remeter dados às Salas de Coordenação e Controle; VIII – Integrar as equipes de agentes de endemias e comunitários de saúde nas atividades de mobilização e combate ao mosquito; IX – Engajar as equipes de saúde para conscientização e orientação da população; X – Envolver professores e alunos das instituições de ensino nas atividades de conscientização e orientação da população; XI – Envolver o Ministério Público e o Poder Judiciário na intensificação da campanha; XII – Incentivar a participação da sociedade civil organizada; XIII – Conscientizar a sociedade sobre a importância da atuação de cada cidadão nos cuidados preventivos necessários para evitar a proliferação do mosquito nos ambientes; XIV – Avaliar resultados da intensificação da campanha para orientar a continuidade das ações.
Números preocupantes
No ano de 2015, foram 273 casos notificados de suspeita de
dengue em Manhuaçu. Menos de 100 casos foram positivos, o que para a Vigilância
Ambiental é considerado tolerável, visto que a população de Manhuaçu é de cerca
de 80 mil habitantes, com população flutuante chegando a meio milhão de pessoas.
O problema é que 2016, com apenas 21 dias, já existem 46 casos notificados
suspeitos. “Já temos cidades próximas a Manhuaçu, como é o caso de Mutum, que
já tem epidemia instalada desde o final do ano passado. O cenário nacional
também é preocupante e a mídia tem noticiado todos os dias. Infelizmente a
nossa cidade não está livre desse aumento da infestação, principalmente porque
choveu bastante, e a tendência, é que a chegada do sol fortaleça a proliferação
do Aedes Aegypt” – informou Emilce Estanislau Muniz, coordenadora de Vigilância
Ambiental.
Ainda segundo Estanislau, o trabalho desenvolvido pela
equipe de combate ao mosquito, tem sido intenso. A coordenadora da Vigilância
Ambiental destacou as ações do poder público, mas garantiu que o papel
principal é o do cidadão. “Podemos criar qualquer grupo de enfrentamento ou
trazer até o exército para nos auxiliar, que nada vai valer se não houver a
participação da população. Nossas equipes conseguem resultados importantes, mas
dentro de cada residência a responsabilidade é do morador. É ele que está ali
todo dia, que vai evitar o acúmulo de água, que vai colocar o lixo no horário
adequado ao recolhimento e que vai eliminar a larva antes que ela vire
mosquito” – alertou.
A Vigilância Ambiental começou uma série de reuniões com
coordenadores de equipes de saúde e de unidades de saúde. O objetivo é mostrar
em números a realidade no município, além de fazer dessas pessoas, agentes
multiplicadores da proposta de agir contra o Aedes Aegypt.
Secretaria de
Comunicação Social de Manhuaçu