Desde o dia primeiro de dezembro, a Maternidade Grimaldo
Barros de Paula está com o atendimento suspenso. Um comunicado da diretoria do
Hospital Nossa Senhora Auxiliadora foi enviado à secretária de saúde, Raquel
Carvalho, no início do mês de dezembro. Conforme o documento “os médicos
plantonistas da UTI – Neonatal e sala de parto da Maternidade do hospital
realizaram paralisação dos serviços por falta de pagamento de salários, sendo
tal paralisação efetivada a partir da data de 01/12”.
Ainda segundo o documento, os médicos haviam encaminhado
solicitação de que caso não houvesse pagamento dos valores devidos, eles iriam
suspender o atendimento no prazo de trinta dias. O documento teria sido
recebido no dia 11/11/2016.
O Hospital ainda destacou a crise financeira e considerou
que “a ausência de médicos plantonistas na UTI-Neonatal e sala de parto irão
expor a integridade física e a saúde dos pacientes, resultando em graves
consequências em face da sociedade como um todo”. Ainda em comunicado,
ressalta-se que a medida tomada é por tempo indeterminado.
O jornalismo do SC esteve na manhã desta terça-feira (06/12)
no Hospital Nossa Senhora Auxiliadora em busca de uma resposta e um
esclarecimento à sociedade. Por volta das 11h, após uma reunião entre a mesa
diretora, foi confirmada a informação de suspensão do atendimento na
Maternidade e exposta mais uma vez a grave crise financeira enfrentada pela
unidade de saúde. Na ocasião, nenhum representante quis gravar entrevista.
A diretora administrativa do Hospital, Suély Pereira de Sousa, destacou que em
virtude da falta de recursos do Governo do Estado, se nada for feito, o
Hospital Nossa Senhora Auxiliadora poderá fechar as portas dentro de 15 dias. O
atendimento na unidade de saúde já está comprometido também, por exemplo, tendo
em vista a falta de anestesistas.
Os médicos da maternidade estão com salários atrasados há
cerca de 11 meses e os anestesistas desde o mês de outubro. A dívida atual do
Hospital é de R$ 27 milhões. Para manter a unidade em funcionamento é necessário
um recurso mensal de dois milhões e 400 mil reais. Hoje, o recurso não
ultrapassa um milhão e trezentos mil reais.
O Hospital irá encaminhar um documento ao Ministério Público
uma planilha especificando a situação financeira. Ainda segundo a diretoria, há
a expectativa de um encontro com o presidente da Assembleia Legislativa de
Minas Gerais, Adalclever Lopes, previsto para estar em Caratinga nesta
quarta-feira e, na oportunidade, será apresentada a real situação do Hospital.
Há esperança de uma intervenção política.
O jornalismo do SC também enviou em caráter de urgência uma
solicitação à secretária municipal de saúde, Raquel Carvalho, para um
pronunciamento sobre como ficará o acesso ao atendimento na saúde pública aos
caratinguenses.
Informações TV Super
Canal, Caratinga