Na reunião do Conselho Municipal
de Saúde, do mês de junho, realizada no dia 11, foram apresentados vários
temas. Um deles tratou do regimento interno do Comitê de Prevenção de
Mortalidade Materna, Fetal e Infantil. Outro, da prevenção de doenças renais e
ainda a implantação do Centro de Atenção Psicossocial Infantil (CAPSi), de
Manhuaçu. Também houve denúncia quanto ao atendimento prestado pela Unidade de
Pronto Atendimento (UPA). “Precisa ser mais humanizado e respeitoso”, disse uma
conselheira.
Comitê de Prevenção de Mortalidade
O enfermeiro Bruno Brito,
funcionário da Secretaria de Saúde e Presidente do Comitê de Prevenção de
Mortalidade Materna, Fetal e Infantil, apresentou o regimento interno do Comitê
para os conselheiros, que devem aprová-lo. O tema ficou para a próxima reunião
do CMS, tendo em vista a necessidade de mais estudo por parte dos conselheiros.
Neste período que antecede a próxima reunião, as dúvidas serão sanadas.
Implantação do CAPSi, em Manhuaçu
Os conselheiros aprovaram a
implantação do Centro de Atenção Psicossocial Infantil (CAPSi), no município.
Recentemente, uma comissão de conselheiros esteve na cidade de Matipó,
referência regional, para conhecer a estrutura local. Apesar dos excelentes
serviços prestados naquela cidade, a Secretaria de Saúde, com aprovação do CMS,
implantará o CAPSi para atender a demanda local que tem crescido, evitando
assim que crianças, adolescentes e jovens tenham que se deslocar até Matipó.
Mais facilidade para pacientes e familiares. Ficou decidido que uma comissão
acompanhará todo processo de implantação do CAPSi.
Prevenção de doenças renais
O médico Rafael Siqueira, da
Renalclin, se apresentou aos conselheiros de saúde como novo funcionário da
clínica responsável pelo atendimento aos pacientes renais crônicos de Manhuaçu
e região. Siqueira destacou a importância da prevenção e da manutenção de um
atendimento ambulatorial na cidade, serviço desativado há cerca de dois anos.
Anteriormente, o atendimento era prestado na policlínica Casa Azul. A
reativação dos serviços está sendo estudada pela Secretaria de Saúde.
Horário de trabalho nas unidades de saúde
Funcionários do Núcleo de Apoio às
equipes de Saúde da Família (NASF), e agentes de saúde, questionaram a
proibição de serviços prestados a noite, para facilitar e motivar a
participação de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Atividades com grupos
de insulino-dependentes, hipertensos, coleta de preventivos e outros, além das
visitas noturnas de agentes são importantes para dinamizar o atendimento
àquelas pessoas que não podem ir às unidades de saúde durante o dia,
principalmente em época de colheita de café. Os funcionários não recebem horas
extras, mas compensados com um banco de horas.
Presente à reunião, o secretário
municipal de Saúde, Dr. José Rafael, informou que precisava tomar a decisão,
pois os horários de atendimentos precisam ser definidos, regulamentados e
informados à comunidade. A meta não é deixar de atender as pessoas, mas
organizar o atendimento e cumprimento das horas que devem ser trabalhadas.
Atendimento da UPA é questionado
A conselheira Maria Imaculada
Dutra cobrou melhorias no atendimento prestado pela Unidade de Pronto
Atendimento (UPA). Conforme a conselheira, o atendimento precisa ser mais
humanizado, respeitoso e ágil. Ela denunciou a insatisfação de uma família que
perdeu um ente querido nos últimos dias, tanto pelo atendimento prestado ao
paciente, quanto pela forma que a família e amigos foram tratados por alguns
profissionais que trabalham no local.
O presidente do CMS, Nelson de
Abreu, também se diz insatisfeito com a situação da UPA, cobrando uma postura
da Secretaria de Saúde, da Prefeitura e até mesmo do Conselho de Saúde que
precisar agir diante do “poderio” de determinadas pessoas que trabalham na
Unidade, sem nenhuma condição, desde médicos até responsáveis pela limpeza.
“Sabemos que a UPA é pequena para a demanda da região, que tem funcionários
trabalhando excessivamente por conta de baixos salários, mas do que jeito que
está não pode continuar!”, afirmou o presidente do CMS.
Outras cobranças
Conselheiro Jadir cobrou o
conserto de aparelhos de autoclave da unidade de São Pedro do Avaí, com defeito
há muito tempo. O mesmo se repete em outras unidades de saúde. O secretário de
Saúde, Dr. José Rafael, informou que este problema já está sendo resolvido, mas
explicou que quando assumiu a Secretaria, praticamente todas as licitações
estavam vencidas, sendo necessário abrir novos processos de contratação de
empresas que prestam serviços à Secretaria de Saúde. Infelizmente, a burocracia
pública atrasa tudo, afirmou o secretário.
Ainda foi encaminhado ofício ao
CMS cobrando atendimento médico na comunidade do Barreiro, zona rural de
Manhuaçu. Há meses as famílias da localidade estão sem médico e sem agente de
saúde. Com isso, estão defasadas as entregas de medicamentos e consultas
médicas.
Também foi solicitada a
manutenção de dois médicos na unidade de Saúde de Vilanova, por conta da enorme
demanda local. Entretanto, conforme informou a Secretaria de Saúde, a
legislação não permite. Apesar de reconhecer a necessidade, é preciso elevar a
unidade local para tipo 2, somente assim, se poderia ter dois médicos para
atender os usuários.
Presidente do Conselho cobra resolução de problemas
O presidente do CMS, Nelson de
Abreu, encaminhou ofício para a Secretaria de Saúde cobrando uma série de providências do
secretário municipal de Saúde, Dr. José Rafael. O documento foi lido na
reunião. Leia o texto na íntegra:
Existe um acordo registrado em ata e
aprovado pelo Conselho Municipal de Saúde que o aparelho de endoscopia e
colonoscopia iria ser cedido ao Hospital César Leite e em contra partida o
Hospital faria a manutenção da aparelhagem sempre que houvesse necessidade e as
colonoscopias/endoscopias dos pacientes do SUS seriam realizadas em ambiente hospitalar. Há mais de 06 meses que o Hospital não
está realizando os exames, pois segundo os próprios médicos que os fazem, a
aparelhagem está com defeito e não tomaram as devidas providências para o
conserto. Nesse período apenas estão sendo realizadas 02 colonoscopias por
semana, chegando a uma fila de espera de 50 pessoas, a maioria em situação de
urgência. O Hospital César Leite não está cumprindo com o acordado, e quem sai
prejudicado é o usuário. Atualmente os 2 aparelhos estão parados sem a devida
prestação de serviços ao usuário.
1-
Aparelho
de ultrassonografia constantemente com defeito. Pacientes se deslocam da zona
rural, por várias vezes e os exames não são realizados.
2-
Exames
de endoscopia: pacientes na fila de espera, totalizando 30 pacientes por ESF’S,
uma vez que temos no município 20 unidades de saúde. No entanto existem mais ou
menos 600 pacientes na fila de espera. (dados referentes ao mês de maio).
3-
Foi
aprovado pelo CMS convênio com a Hemodinâmica do Hospital César Leite para o
atendimento aos casos de urgência de cateterismo. Até o presente momento sem
nenhuma resposta. O Conselho não quer todos os encaminhamentos, mas a
possibilidade somente das urgências evitando transferências e salvando vidas.
4-
As
Unidades de Saúde de São Pedro, Sacramento e Palmeiras continuam na mesma
situação sem nenhuma providência tomada. Lembramos que se trata de patrimônio
público em benefício da população usuária.
5-
As
Unidades de Saúde alugadas necessitam urgentemente de reformas.
6-
Coordenação
das Estratégias de Saúde da Família não cumpre horário, sendo a mesma cargo
comissionado, descumprindo a Lei Orgânica Municipal em que cargos comissionados
devam fazer horário integral.
7-
Médicos
das Unidades de Saúde da Família não cumprem o horário estabelecido. Foi
aprovado modificação contratual para
demanda espontânea. A Secretaria Municipal de Saúde não tomou nenhuma
providência, podendo ter aditivado a modificação da cláusula contratual.
8-
Falta
de médicos especialistas (fila de pacientes aguardando há mais de três anos);
Oftalmologistas somente para crianças. E os nossos adultos como serão
atendidos?
9-
Estrutura
precária e desumana do Setor de Raios X do SUS/Manhuaçu;
10-
Necessidade
de reforma nas dependências da Secretaria Municipal de Saúde – Vigilância
Sanitária atua no privado e esquece-se do público;
11-
Término
da construção da farmácia do SUS, sendo que até o presente momento providências
não foram tomadas;
12-
Reforma
na Unidade de Saúde de Manhuaçuzinho;
13-
Refeitório
da UPA/Laboratório construído, finalizado, equipado. Faltando apenas o
funcionamento.
14-
Frota
sucateada devido à falta de manutenção dos veículos e gastos excessivos com
terceirizados de dinheiro público;
15-
Médicos
e enfermeiros das Estratégias de Saúde da Família não estão realizando visita
domiciliar por falta de veículos.
16-
Relatório
do 3º quadrimestre até o presente momento não apresentado ao Conselho Municipal
de Saúde, pois estava agendado 27/03/14
para apresentação e não foi feito, pois não conseguiam fechar as contas na
Prefeitura, sem nenhuma satisfação ao Conselho.
17-
Cotas
do laboratório diminuídas, lembrando que a população está aumentando. Com isso
fica prejudicada a população usuária.
18-
Internet
lenta e ineficaz – exames demoram em torno de 40 minutos para serem liberados (cada
exame);
19-
Tratamento
Fora do Domicílio funcionando até às 11:00 horas, por falta de funcionários que
a Prefeitura Municipal remanejou, e não foi feita substituição. O usuário
prejudicado mais uma vez.
20-
Fila
de espera no setor de fisioterapia não tendo como atender ao público, veículo
insuficiente para transportar os pacientes. Equipamentos sucateados.
21-
Falta
de humanização no atendimento, usuário sem a devida atenção.
22-
UPA
sobrecarregada: devido os municípios vizinhos fazer ambulatório na UPA e o não
cumprimento do horário dos médicos das Estratégias de Saúde da Família do nosso
município.
23-
Aprovado
mais uma equipe multidisciplinar do NASF, sendo na época urgente e até o
presente momento a equipe não foi montada para atender a demanda proposta.
24-
Plano
Municipal de Saúde, Programação Anual de Saúde inexiste na Secretaria Municipal
de Saúde de Manhuaçu.
Lembramos que as cobranças foram
feitas e assinadas pelo presidente do Conselho Municipal de Saúde, Nelson de
Abreu. Todos os conselheiros tomaram ciência, inclusive o secretário municipal
de Saúde, que também estava na reunião.
Luiz Nascimento, com informações do
Conselho Municipal de Saúde