A pauta do encontro foi a
situação vivenciada quanto ao impasse e a decisão dos médicos ortopedistas, que atendem pelo SUS no
HCL, terem decidido que não atenderão nenhum caso da
Ortopedia/Traumatologia, por entenderem que a remuneração não traz motivação
para atuarem nos casos de alta complexidade. Agora, eles querem a equiparação
do valor do plantão com os obstetras, por entenderem que a função é de extrema
importância e, que as horas trabalhadas são as mesmas.
Após comunicarem a insatisfação,
o provedor do HCL, Sebastião Onofre de Carvalho
passou à conversação com os profissionais da área, que estavam decididos
e, desde o dia 10 de janeiro,
o atendimento passou a ser feito somente em casos de urgência ortopédica que
são as fraturas expostas, luxações, fraturas supra condilianas em crianças,
artrites sépticas, síndrome compartimental aguda e fraturas de fêmur em idosos.
Os demais pacientes passarão pela avaliação ambulatorial como de rotina e serão
encaminhados para cadastramento no SUS Fácil. De acordo com o comunicado
enviado pela equipe, cada caso será avaliado
individualmente para evitar desencontros de informações.
Conselho Municipal de
Saúde reage
A decisão dos médicos
ortopedistas em atender somente casos de urgência/emergência provocou reação do
Conselho Municipal de Saúde, que convocou a reunião para saber o que poderá ser
feito, no sentido de evitar que a situação continue e deixando pessoas que estão aguardando procedimento
cirúrgico em apuros.
Segundo o provedor do
Hospital Cesar Leite, Sebastião Onofre de Carvalho, durante diálogo, houve, por
parte do HCL. oferecimento de melhor remuneração para igualar o plantão da
ortopedia com o plantão da clínica cirúrgica, passando o valor mensal do
plantão de R$ 25.000,00 para R$ 36.600,00. Os ortopedistas analisaram a
proposta feita pela Administração do Hospital Cesar Leite, e informaram que a proposta
ficaria muito aquém dos valores
solicitados por eles, para manter o plantão nos moldes atuais. "Os
ortopedistas reclamam do aumento de pacientes vindos do SUS. Para sanar a
situação, tentamos adicionar mais R$
1.900,00 no vencimento dos profissionais, porém, não aceitaram. O hospital não
tem recurso para atender a reivindicação dos ortopedistas e, agora o caso será
discutido junto à Curadora da área da saúde do Ministério Público na próxima
segunda-feira, 12/01", explica o provedor.
O presidente do Conselho
Municipal de Saúde, Nelson de Abreu também se demonstrou preocupado com a
situação, que, juntamente com a
Executiva do Conselho e Provedoria do Hospital Cesar Leite estarão discutindo
junto à Promotoria de Justiça. Para Nelson de Abreu a situação não pode ficar
assim, porque há muitas pessoas necessitando de cirurgia, de cuidados especiais
e o atendimento precário. "Vamos nos reunir com a Promotora de Justiça e,
enquanto representante do Conselho Municipal de Saúde vou à busca de solução,
juntamente com a Executiva e o provedor do HCL para obtermos uma resposta
satisfatória", afirma Nelson de Abreu.
Eduardo Satil