A Organização Mundial da Saúde (OMS) aprovou o uso da
primeira vacina contra a dengue. Após a reunião do Grupo de Especialistas sobre
Imunização (SAGE, sigla em inglês), a entidade anunciou a recomendação em
locais onde a doença é endêmica.
A informação foi dada pelo presidente do SAGE, John
Abramson, que indicou que tem confiança no efeito da nova vacina, a Dengvaxia,
produzida pela multinacional francesa Sanofi Pasteur.
No Brasil, no México, em El Salvador e nas Filipinas, os
governos e agências de regulação já haviam dado sinal verde para o uso do
produto. Agora, a OMS chancela a decisão. Mas, para Abramson, governos devem
usar apenas em locais onde exista uma alta taxa de transmissão da dengue, e com
surtos recorrentes. A ideia é de que a vacina possa ser usada em programas de
imunização.
As recomendações são baseadas na revisão de dados de 25
estudos clínicos, conduzidos em 15 diferentes países pelo mundo, informou a
Sanofi Pasteur em comunicado.
A Dengvaxia protegeu dois terços das pessoas contra a dengue
entre aqueles com 9 anos ou mais, em dois grandes estudos clínicos na América
Latina e na Ásia, que envolveram mais de 40 mil crianças e adolescentes. A
vacina é mais eficaz na proteção contra a dengue severa, potencialmente fatal,
e consegue impedir 93% desses casos. Além disso, reduz as hospitalizações por
dengue em 80%.
A recomendação representa um marco significativo para a
farmacêutica sediada em Paris, que aposta em novos produtos como a Dengvaxia
para impulsionar seus lucros, em meio à crescente competição em alguns de seus
principais mercados.
A dengue infecta 390 milhões de pessoas ao ano no mundo, 96
milhões das quais precisam de tratamento, segundo a OMS. Apenas os casos mais
graves, ou cerca de 500 mil ao ano, resultam em internações – uma grande
proporção desses casos é de crianças e idosos.
O vírus gera alguns casos mais graves, similares a uma forte
gripe, com dor nas juntas e cansaço extremo. A dengue é fatal em 2,5% dos
casos, segundo a OMS.
A vacina da Sanofi para a dengue já recebeu aprovação no
Brasil, em El Salvador, no México e nas Filipinas.
Fonte: Dow Jones Newswires