A doença tem maior número de casos no período de dezembro a
maio em regiões silvestres, rurais ou de mata. A vacina está disponível em toda
a rede pública de saúde
Toda pessoa que reside ou vai viajar para regiões
silvestres, rurais ou de mata, que são Áreas com Recomendação da Vacina contra
febre amarela, deve se imunizar.A orientação do Ministério da Saúde se
justifica porque a doença tem maior número de casos nos meses de dezembro a
maio e a transmissão é considerada possível em grande parte do Brasil. A vacina
contra a febre amarela é ofertada no Calendário Nacional do Sistema Único de
Saúde (SUS) e é enviada, mensalmente, para todo o país. Em 2016, foram enviadas
aos estados mais de 16 milhões de doses, sendo 2,7 milhões para o estado de São
Paulo.
A vacina é altamente eficaz e segura para o uso, a partir
dos nove meses de idade, em residentes e viajantes a áreas endêmicas ou, a
partir de seis meses de idade, em situações de surto da doença. Todos os
estados, nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), estão abastecidos com a vacina
contra febre amarela e o país tem estoque suficiente para atender toda a
população nas situações recomendada.
O vírus da febre amarela se mantém naturalmente num ciclo silvestre de transmissão, que envolve primatas não humanos (hospedeiros animais) e mosquitos silvestres. O Ministério da saúde realiza a vigilância de epizootias (doenças que atacam animais) desde 1999, com o objetivo de antecipar a ocorrência da doença. Assim é possível fazer a intervenção oportuna para evitar casos humanos, por meio da vacinação das pessoas e também evitar a urbanização da doença por meio do controle de vetores nas cidades.
No último mês de dezembro foi registrado um óbito por febre
amarela, no município de Ribeirão Preto no estado de São Paulo. O caso foi
acompanhado pelo Ministério da Saúde que verificou que a pessoa morava próxima
à área de mata e, consequentemente, de recomendação da vacina.
Desde os primeiros casos suspeitos em macacos, no estado de
São Paulo, no ano passado, o Ministério da Saúde mantem permanente articulação
com a vigilância do estado para aplicação de medidas de prevenção e controle
adequadas, oferecendo apoio técnico, capacitação de profissionais, suporte a
investigações de casos, envio de vacinas. Vale ressaltar que 70% da população
da cidade de Ribeirão Preto está vacinada contra a febre amarela.
Vacinação
A Organização Mundial da Saúde considera que apenas uma dose
da vacina já é suficiente para a proteção por toda a vida. No entanto, como
pode haver queda na imunidade com o tempo de vacinação, o Ministério da Saúde
definiu a manutenção de duas doses da vacina Febre Amarela no Calendário
Nacional, sendo o esquema vacinal uma dose aos noves meses de idade com reforço
aos quatro anos. Para pessoas de 2 a 59 anos, a recomendação é de duas doses.
Além da vacinação, as pessoas que planejam turismo rural,
pescaria, visitação de reservas naturais, parques ecológicos, cachoeiras, rios,
florestas, parques urbanos, bem como aqueles que praticam atividades laborais
relacionadas ao extrativismo, à fauna e à flora em ambientes rurais e
silvestres, devem adotar outras medidas de prevenção, tais como: utilizar
roupas que protejam todo o corpo (sapato fechado, camisa de manga longa e calça
comprida), usar repelentes e evitar ou reduzir a exposição no horário de maior
risco (9h às 16h).
Apesar da alta eficácia do imunobiológico, o Ministério da
Saúde alerta que nos casos de pacientes com imunodeficiência, a administração
desta vacina deve ser condicionada a avaliação médica individual de
risco-benefício, não devendo ser realizada em caso de imunodepressão grave.
Indivíduos com história de reação anafilática relacionada a substâncias presentes na vacina (ovo de galinha e seus derivados, gelatina e outros produtos que contêm proteína animal bovina), assim como pacientes com história pregressa de doenças do timo (miastenia gravis, timoma, casos de ausência de timo ou remoção cirúrgica), também devem buscar orientação de um profissional de saúde.
Sobre a doença
Os sintomas iniciais incluem febre, calafrios, dor de
cabeça, dores nas costas, dores no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e
fraqueza. Em casos graves, a pessoa pode desenvolver febre alta, icterícia
(coloração amarelada da pele e do branco dos olhos), hemorragia e, eventualmente,
choque e insuficiência de múltiplos órgãos. Cerca de 20-50% das pessoas que
desenvolvem doença grave, podendo vir a óbito.
Às pessoas que
identifiquem alguns destes sinais, o Ministério da Saúde recomenda procurar um
médico na unidade de saúde mais próxima e informar sobre qualquer viagem para
áreas de risco nos 15 dias anteriores ao início dos sintomas. Essa orientação é
importante, principalmente, àqueles que realizaram atividades em áreas rurais,
silvestres ou de mata como pescaria, acampamentos, passeios ecológicos,
visitação em rios, cachoeiras ou mesmo durante atividade de trabalho em
ambientes silvestres.
Informações MS