O ministro da Saúde Ricardo Barros apresentou durante o
Encontro Regional para Enfrentamento da Obesidade Infantil, em Brasília, metas
para frear o crescimento do excesso de peso e obesidade no país. O encontro faz
parte da implementação da Década de Ação das Nações Unidas para a Nutrição
(2016/2025), que incentiva o acesso universal a dietas mais saudáveis e
sustentáveis. O Governo Brasileiro é um dos principais apoiadores da agenda da
ONU.
O Brasil assumiu como compromisso atingir três metas: deter
o crescimento da obesidade na população adulta até 2019, por meio de políticas
intersetoriais de saúde e segurança alimentar e nutricional; reduzir o consumo
regular de refrigerante e suco artificial em pelo menos 30% na população
adulta, até 2019; e ampliar em no mínimo de 17,8% o percentual de adultos que
consomem frutas e hortaliças regularmente até 2019.
“Nosso desafio é incentivar as pessoas a adotarem uma
alimentação correta: descascar mais e desembalar menos. E é preciso ensinar
desde cedo a manipular os alimentos. As crianças hoje, não tem oportunidade de
acompanhar a preparação dos alimentos e aprender a cozinhá-los. Além disso, o
sedentarismo é alto e tem muito haver com a obesidade. Precisamos mudar os
hábitos do dia a dia para enfrentar o desafio da obesidade”, afirmou o ministro
da Saúde, Ricardo Barros.
Ano passado, ao lançar a Década de Ação das Nações Unidas
para a Nutrição, a Organização das Nações Unidas (ONU) alertou países sobre a
grande transição epidemiológica e nutricional por que passa o mundo. De acordo
com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO),
cerca de 800 milhões de pessoas permanecem cronicamente subalimentadas e mais
de 2 bilhões sofrem de deficiências de micronutrientes. Ao mesmo tempo, 1,9
bilhão de pessoas estão acima do peso e 600 milhões são obesas.
“A década da nutrição é para todos. É um momento muito
oportuno para construir formas para lutar contra a má nutrição. É hora de
agir”, enfatizou Francesco Branca, Diretor do Departamento de Nutrição para
Saúde e Desenvolvimento da Organização Mundial de Saúde.
No Brasil, é possível notar que a população tem reduzido o
consumo de alimentos básicos ao mesmo tempo em que aumenta o consumo de
processados. Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (2013), mais da metade dos
brasileiros está com excesso de peso. A incidência é maior em mulheres (59,8%)
do que em homens (57,3%). A obesidade também segue o mesmo padrão. 25,2% das
mulheres adultas do país estão obesas contra 17,5% dos homens. O índice mantém
a mesma proporção na América Latina. Segundo dados do relatório Panorama da
Segurança Alimentar e Nutricional da OMS (2016) 58% da população da América
Latina está com sobrepeso e 23% está obesa.
Infância
A ingestão de alimentos ultraprocessados começa já nos
primeiros anos de vida. A Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde (2006)
sinaliza que 40,5% das crianças menores de cinco anos consomem refrigerante com
frequência. Enquanto dados da Pesquisa Nacional de Saúde (2013) apontam que
60,8% das crianças menores de 2 anos comem biscoitos ou bolachas recheadas. O
resultado do mau hábito alimentar é que uma em cada três crianças brasileiras
apresentam excesso de peso (POF 2008/2009).
Ações
Além de assumir publicamente os compromissos para década da
nutrição, o incentivo para uma alimentação saudável e balanceada e a prática de
atividades físicas é prioridade do Governo Federal. Assim que assumiu o
Ministério da Saúde, Ricardo Barros publicou uma Portaria proibindo venda,
promoção, publicidade ou propaganda de alimentos industrializados
ultraprocessados com excesso de açúcar, gordura e sódio e prontos para o
consumo dentro das dependências do Ministério. A proposta é estender essas
regras aos demais órgãos e entidades da administração direta federal. Além
disso, o Ministério constrói uma campanha pela adoção de hábitos saudáveis
chamada Saúde Brasil.
Em 2016, o Ministério da Saúde também participou da assinatura a portaria de Diretrizes de Promoção da Alimentação Adequada e Saudável no Serviço Público Federal. Sugerida pelo Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão, a diretriz orienta formas da alimentação adequada e saudável nos ambientes de trabalho do serviço público federal.
Desde 2014, o Guia Alimentar para a População Brasileira
orienta a população com recomendações sobre alimentação saudável e consumo de
alimentos in natura ou minimamente processados. A publicação é reconhecida
mundialmente pela abordagem integral da promoção à nutrição adequada.
Em parceria com a Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (ABIA), o Ministério também conseguiu retirar mais de 14 mil toneladas de sódio dos alimentos em 4 anos. O país também incentiva a prática de atividades físicas por meio do Programa Academia da Saúde com mais 4 mil pólos em 1.700 municípios.
Informações
Ministério da Saúde