Para marcar o Dia Mundial de Combate à Tuberculose, o
Ministério da Saúde lança a campanha nacional para sensibilizar a população
sobre a importância de aderir e completar o tratamento para a doença, que tem
duração de, pelo menos, seis meses. O Brasil conseguiu atingir as Metas dos
Objetivos do Milênio (ODM) de combate à tuberculose com três anos de
antecedência e, em 2015, aderiu ao compromisso global de redução de 95% dos óbitos
e 90% do coeficiente de incidência da doença até 2035.
A campanha vai ao ar entre os dias 23 e 30 de março com o
objetivo de contribuir para o controle da tuberculose no Brasil. “Essa campanha
enfatiza que a responsabilidade pelo sucesso do tratamento não é somente do
paciente, e deve ser compartilhada com a equipe de saúde, família e amigos.
Todos são partes importantes no processo de cura da doença”, explica a
coordenadora do Programa Nacional de combate à tuberculose, Denise Arakaki.
O Ministério da Saúde está elaborando o Plano Nacional pelo
Fim da Tuberculose. O documento irá definir os indicadores utilizados para
monitorar as ações empregadas por estados e municípios na rede de atenção à
saúde. Dividido em três pilares: prevenção e cuidado integrado e centrado no
paciente; políticas públicas arrojadas e sistema de apoio; e intensificação de
pesquisa e inovação, o objetivo do plano é diagnosticar precocemente a doença e
garantir o tratamento contínuo, diminuindo o abandono antes do período recomendado,
que é de no mínimo seis meses. “Somente conseguiremos eliminar a tuberculose no
Brasil como problema de saúde pública a partir de ações integradas entre os
diferentes atores da sociedade, por isso a importância de um plano que reúna
todas as orientações”, destaca Denise Arakaki.
O monitoramento das ações de controle da tuberculose nos
serviços de saúde reflete diretamente no desempenho dos serviços prestados no
Sistema Único de Saúde (SUS) e na qualidade do cuidado à pessoa portadora da
tuberculose. Este controle passará a ser feito com base em indicadores
relacionados à detecção, ao diagnóstico, à coinfecção TB-HIV, à conclusão do
tratamento e aos casos de tuberculose latente, sensível e drogarresistente.
CASOS – Em 2016, foram registrados 66,7 mil casos novos e
12,8 mil casos de retratamento (abandono ao tratamento) de tuberculose no
Brasil. No período de 2007 a 2016, o coeficiente de incidência da doença
apresentou uma variação média anual de -1,7%, passando de 37,90/100 mil
habitantes em 2007 para 32,4/100 mil habitantes em 2016. A redução da
incidência nos 10 anos foi de 14,1% e a meta até 2035 é ter a incidência menor
que 10/100 mil habitantes.
O coeficiente de mortalidade por tuberculose apresentou redução
de 15,4%, passando de 2,6/100 mil habitantes, em 2006, para 2,2/100 mil
habitantes em 2015. O Brasil ainda registrou 4,5 mil óbitos por tuberculose em
2015. Os estados do Rio de Janeiro (5,0/100 mil hab.), de Pernambuco (4,5/100
mil hab.), do Amazonas (3,2/100 mil hab.) e do Pará (2,6/100 mil hab.)
apresentaram os maiores riscos para o óbito por tuberculose. No mundo, em 2015,
a tuberculose foi a doença infecciosa que mais causou mortes.
SINTOMAS – O principal sintoma da tuberculose é a tosse por
mais de três semanas, com ou sem catarro. Qualquer pessoa com esse sintoma deve
procurar uma unidade de saúde para fazer o diagnóstico. São mais vulneráveis à
doença as populações indígenas; as populações privada de liberdade, os que
vivem em situação de rua – estes devido à dificuldade de acesso aos serviços de
saúde e às condições específicas de vida -; além das pessoas vivendo com o HIV.
Dentre as pessoas com diagnóstico confirmado de tuberculose, 9,7% apresentaram
coinfecção por HIV em 2015.
TESTE RÁPIDO – Em 2014, o Ministério da Saúde implantou no
país a Rede de Teste Rápido para Tuberculose (RTR-TB), que utiliza a técnica de
biologia molecular PCR em tempo real. Denominado “Teste Rápido Molecular (TRM),
conhecido como Xpert MTB/Rif ®”, o teste detecta a presença do bacilo causador
da doença em duas horas e identifica se há resistência ao antibiótico
rifampicina, um dos principais medicamentos usado no tratamento.
Foram distribuídos 160 equipamentos para laboratórios de 92
municípios, em todas as unidades da federação. Os municípios escolhidos
notificam, anualmente, cerca de 60% dos casos novos de tuberculose
diagnosticados no país.
O investimento inicial do Ministério da Saúde para estas
ações foi de cerca de R$ 17 milhões. Para monitorar a implantação desta rede,
mensurar a realização dos testes e auxiliar a vigilância epidemiológica da
doença, o Programa Nacional de Controle da Tuberculose publicou, em dezembro de
2015, um relatório em que estão descritas as principais atividades
desenvolvidas pelos programas de controle da doença (nacional, estadual e
municipal) e laboratórios municipais e centrais no primeiro ano de implantação
da RTR-TB.
Para 2017, está prevista a distribuição de 70 novos
equipamentos, com capacidade para realizar, inicialmente, 250 mil testes. Os
equipamentos serão distribuídos de acordo com critérios técnicos e operacionais
para municípios brasileiros. Com a medida, o percentual de diagnóstico da
doença, com esta tecnologia, será ampliado para cerca de 75% de cobertura de
casos novos.
Informações MS