CONSELHEIROS DEBATEM SOBRE APREENSÃO DE ANIMAIS
Há bastante tempo a população de Manhuaçu tem
convivido com um grande número de animais soltos nas ruas. São cães, gatos e
animais de grande porte, sobretudo às margens das rodovias. Com isso os riscos são enormes. Podem ocorrer
ataques, transmissão de doenças e acidentes nas estradas. O que está sendo
feito no município? Esta foi a pergunta que surgiu mais uma vez na reunião de outubro do Conselho Municipal de Saúde (CMS). Para responder a esta e outras
dúvidas quanto à apreensão de animais, o CMS convidou a coordenadora da
Vigilância Ambiental de Manhuaçu, Emilce Estanislau e o presidente da ONG Bicho
não é Lixo, Admar Damasceno, para a reunião de novembro, realizada na última
terça-feira, 13/11.
ATRASO NO
RECOLHIMENTO DE ANIMAIS
Emilce Estanislau explicou os motivos de tantos
animais estarem nas ruas de Manhuaçu. Conforme a coordenadora da Vigilância
Ambiental, a construção do novo canil foi um processo muito lento, por conta de
burocracias existentes no serviço público, embora legais. Após a conclusão da
obra, houve questionamentos no Ministério Público sobre o tratamento que os
animais receberiam no canil. Começaram a partir daí várias reuniões, encontros,
viagens de representantes da ONG protetora de animais e funcionários da
Vigilância em Saúde para visitar e conhecer experiências de outras cidades.
Todo este processo também gerou atraso, disse Emilce Estanislau. Passada toda
esta fase, feitos os ajustes necessários, o serviço foi iniciado e está
acontecendo.
Animais são
recolhidos e devolvidos à rua
O que a população precisa saber é que a maioria dos
animais recolhidos é devolvida às ruas, seguindo determinação que resultou de
acordo entre a Vigilância Ambiental, Ministério Público e ONG Bicho não é Lixo.
Como e porque isso acontece? Segundo Emilce Estanislau, o animal saudável é
apreendido, cadastrado, castrado, vacinado contra raiva e vermifugado. Em
seguida permanece no canil por 5 dias à espera de seu proprietário para resgate
ou de alguém de queira adotá-lo. Ao expirar este tempo o animal é solto no
mesmo local onde aconteceu o recolhimento, pois a eutanásia (sacrifício dos
animais) no canil de Manhuaçu, segue determinação legal e somente acontece em
casos de animais doentes graves ou que representem riscos de agressão à
população. “É impossível manter os animais até a morte natural no canil”,
assegura a coordenadora da Vigilância Ambiental que informa que para manter
toda esta estrutura do canil, a Secretaria de Saúde gasta em torno de 20 mil
reais por mês com médico veterinário, auxiliar de enfermagem e funcionários que
atuam no recolhimento, além da vigilância do local, esta terceirizada.
Posicionamento
da ONG Bicho não é lixo
O presidente da ONG Bicho não é Lixo, Admar Damasceno,
informou aos conselheiros de saúde que todo este processo foi acompanhado pela
entidade, inclusive junto ao Ministério Público. Damasceno disse que o objetivo
da ONG é promover a saúde pública respeitando os direitos dos cidadãos e dos
animais, reforçando que todo o trabalho realizado pelo município está dentro
dos padrões necessários. Quanto o retorno dos animais às ruas, Damasceno
concorda que esta é a única solução e que a castração dos animais resolverá o
problema a médio e longo prazo. Ao ser questionado pelos conselheiros Nelson e
Marinês sobre o que a ONG oferece de concreto, ele afirmou que a entidade foi
criada há apenas 8 meses e está promovendo atividades de conscientização junto
à população. O presidente do CMS pediu o apoio da ONG nas ações dos
funcionários da Vigilância Ambiental que tem encontrado resistência durante o
recolhimento de animais, sofrendo até ameaças.
Feira de
animais
Para despertar o interesse da população em adotar animais
apreendidos pelo canil, será realizada uma feira nos próximos dias. O evento será
organizado pela Vigilância Ambiental com apoio da ONG Bicho não é Lixo. Além da
feira também se objetiva criar campanhas que promovam a posse responsável, ou
seja, estímulo aos proprietários para cuidem com responsabilidade de seus
animais.
FORTALECIMENTO
DA VIGILÂNCIA EM SAÚDE
A diretora de Vigilância em Saúde, Maria Cristina
Caldeira Duarte, participou da reunião do CMS apresentando os resultados do
Plano de Ações e Adequação de Planilhas em Vigilância em Saúde do município,
aprovado e implantado em junho deste ano em Manhuaçu. A diretora assegurou que
os resultados são positivos e seus reflexos são notados nas áreas
epidemiológica, sanitária, ambiental e segurança no trabalho.
Luiz Nascimento
OUTROS TEMAS ABORDADOS NO CMS
Os conselheiros aprovaram a
compra de angioressonância para paciente de Manhuaçu sem condições de arcar com
as despesas;
Os conselheiros foram informados
da presença de uma força tarefa de combate a dengue na cidade, no período de 19
a 30/11 e da montagem do Dengômetro, onde a população poderá trocar inservíveis
que acumulam água por material escolar, nos dias 30/11 e 01/12;
O conselheiro Paulo José
Vieira destacou a necessidade da construção de uma contenção de água em uma das
laterais da unidade de saúde do bairro Petrina, onde começam a aparecer
infiltrações na parede do prédio inaugurado este ano;
Melhorias na unidade do
bairro Bela Vista foram cobradas por Marivaldo Anselmo. Não sendo possível
devido a sede não ser própria, que se mude de endereço, pede o conselheiro;
Foram apresentados dois
novos conselheiros de saúde representantes da unidade de saúde do bairro
Coqueiro: Sebastião Hott e Cleonice Moreira.