PÁGINAS

quinta-feira, 26 de abril de 2018

Referência para o mundo, Atenção Básica no Brasil vem sendo fragilizada



A atenção primária no Sistema Único de Saúde (SUS) foi tema de debate realizado pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) nesta terça (17/04), em Brasília. Apesar do evidente crescimento da estratégia na última década, representantes do Conselho Nacional de Saúde (CNS) e de outras instituições fizeram críticas à gestão nos dois últimos anos, que vêm fragilizando de forma sistemática uma das maiores políticas sociais do mundo. Além do CNS, participaram do debate acadêmicos e gestores do Brasil e de outros países.

O pesquisador James Macinko, professor da Universidade de Califórnia, nos Estados Unidos, comparou as políticas de saúde em 18 países da década de 1970 aos anos 2000 e enalteceu o quanto o Brasil se destaca nos índices. “Há muitas evidências, mas a população brasileira ainda não entende, não se importa e não confia no SUS. O mundo se baseia no SUS. Os americanos nunca tiveram saúde como direito, nem como dever do estado. Deixar de investir no SUS reverterá décadas de progresso. Recuperar após a destruição é muito difícil”, alertou.

Austeridade para quem?

A política de austeridade imposta ao Brasil para enfrentar a crise tem atacado prioritariamente as políticas sociais, que são direitos previstos na Constituição de 1988. A Emenda Constitucional 95/2016, aprovada no congresso e legitimada pelo governo, congela investimentos em saúde até 2036. “A política de austeridade mata. As autoridades aqui presentes e a comunidade científica precisam reconhecer”, disse o pesquisador Carlos Ocké, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

O conselheiro Vanilson Torres, representante do Movimento Nacional de População de Rua (MNPR) também fez críticas frente aos retrocessos. “A EC está destruindo os sonhos do povo brasileiro. Esse mês entregamos 70 mil assinaturas no Supremo Tribunal Federal (STF) com intuito de barrar a emenda. Não podemos deixar que esse governo tire de nós um bem tão importante, referência para o mundo”, disse.


A conselheira Shirley Marshal, Federação Nacional dos Enfermeiros (FNE), lembrou que a Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) foi reformada no ano passado sem ampliar diálogo com a sociedade e com o controle social. As mudanças fragilizam as estratégias primárias na saúde no país. “É a população brasileira que está sendo renegada. Para fazer um SUS forte, temos que dar continuidade ao que já existe”.

Ronald dos Santos, presidente do CNS, destacou a importância da 16ª Conferência Nacional de Saúde, agendada para 2019, com o tema que resgata a 8ª conferência, realizada em 1986 e responsável pela definição do SUS. “Precisamos de ação e resistência aos desmontes das conquistas civilizatórias.  Com a política de austeridade, nossos sonhos não passarão de castelos de areia. Diante da menor marola, eles serão destruídos”, finalizou.

Informações Ascom CNS


quarta-feira, 25 de abril de 2018

CNS reúne nutricionistas em oficina que reivindica alimentação saudável no SUS


A 8ª Conferência Nacional de Saúde pode ser considerada a certidão de nascimento do Sistema Único de Saúde (SUS), que completa trinta anos em 2018. Para que o entendimento de saúde vá além do tratamento de doenças, é importante que haja o fortalecimento das políticas de alimentação e nutrição no Brasil. Por isso, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) realizou nesta sexta (20/04) uma oficina sobre o tema durante o 25º Congresso Brasileiro de Nutrição (Conbran), em Brasília.

O objetivo da oficina foi mostrar a importância do controle social para a conquista da alimentação saudável como direito humano a qualquer cidadão. Investir em ações na área é uma forma de manter a população saudável e economizar com despesas geradas por conta de doenças. Só as complicações por conta da obesidade geram ao SUS um gasto de R$ 500 milhões anualmente, de acordo com dados do Ministério da Saúde (MS). “Quem não come bem, não tem saúde, não vive”, disse Maria de Fátima Carvalho, membro da Comissão de Alimentação (Cian) e Nutrição do CNS.

Em 1986, aconteceu a primeira e única Conferência Nacional de Alimentação e Nutrição. Dali, foram gestadas as atuais Política de Alimentação e Nutrição no SUS (Pnan), aprovada em 1999, e Política Nacional de Segurança Alimentar (PNSA), definida por lei em 2006. Ambas são marcos legais de referência para a área. A oficina no Conbran resgatou esses momentos e convocou os participantes para um dos maiores eventos de participação social no Brasil.

“Esse encontro é um ponto inicial para as questões relacionadas à alimentação e nutrição. Precisamos de todos e todas debatendo esse tema durante a 16ª Conferência Nacional de Saúde, agendada para 2019”, disse a conselheira Zaíra Salerno, que representa a Associação Brasileira de Nutrição (Asbran) no CNS.

A estudante Taís Jacomo Balestra, que está no último período do curso de Nutrição da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), participou da oficina no intuito de aprender mais sobre Saúde Pública. Segundo ela, a formação superior em nutrição ainda está focada prioritariamente no mercado. “Os cursos abordam pouco essas questões. Ainda focam muito a parte clínica. Tenho que buscar conhecimento fora para poder atuar. Quero fazer meu estágio supervisionado com capacitação nessa área”, disse.

Retrocessos

Apesar da luta dos nutricionistas pela efetivação das políticas de nutrição e alimentação, um risco grande de retrocessos na área pode afetar as conquistas. A Emenda Constitucional 95/2016, que congela por duas décadas investimentos em saúde e educação, já vem sucateando o SUS em diversos segmentos. O prejuízo estimado, de acordo com a Comissão de Orçamento e Finanças do CNS, chega a R$ 400 bilhões. Durante o evento, o CNS colheu assinaturas contra a emenda.

A conselheira nacional de saúde Lenise Martins Garcia, representante da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), alertou sobre os retrocessos recentes na política de saúde, em especial sobre a proposta de “planos de saúde populares” que vem sendo especulada pelo MS. “O poder público está trazendo opções de crescimento para as redes privadas em detrimento do SUS”, criticou.

Ascom CNS

terça-feira, 24 de abril de 2018

CNS abre consulta virtual sobre portarias consolidadas do SUS


O Conselho Nacional de Saúde (CNS) abre consulta virtual para a sociedade brasileira opinar sobre as Portarias de Consolidação (PRC) do Sistema Único de Saúde (SUS). Sugestões e alterações devem ser feitas até o dia oito de junho de 2018, através de formulário online disponível no site do CNS.

Em setembro do ano passado, o Ministério da Saúde analisou as 18 mil instrumentos normativos existentes referentes ao SUS, reduzindo o número para 749. Em seguida, as normas foram consolidadas em seis portarias, sendo elas:

PRC 1. Consolida as normas sobre os direitos e deveres dos usuários da saúde, a organização e o funcionamento do SUS.

PRC 2. Consolida as normas sobre as políticas nacionais de saúde do SUS

PRC 3. Consolida as normas sobre as redes do SUS

PRC 4. Consolida as normas sobre os sistemas e os subsistemas do SUS

PRC 5. Consolida as normas sobre as ações e os serviços de saúde do SUS

PRC 6. Consolida as normas sobre o financiamento e a transferência dos recursos federais para as ações e os serviços de saúde do SUS

O processo de análise das portarias foi feito pelo MS, em parceria com o Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass) e Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). O projeto foi executado pelo Programa de Direito Sanitário da Fiocruz e pela Faculdade de Direito da Universidade de Brasília (UnB).

O CNS criou um Grupo de Trabalho (GT) para analisar se todos os direitos estão garantidos nas portarias que foram consolidadas. “A consulta virtual será uma forma da sociedade participar deste processo e também colaborar com o nosso trabalho”, avalia o conselheiro nacional de saúde Geordeci Souza.

“Depois analisaremos as contribuições que chegarem e apresentaremos o produto final ao plenário do CNS, que se manifestará sobre a pauta, se encontrarmos alguma modificação ou subtração de direitos”, completa.

Participe da consulta virtual no link abaixo:


segunda-feira, 16 de abril de 2018

CMS se reúne e faz diversas deliberações. Confira como foi o encontro dos conselheiros


A reunião do Conselho Municipal de Saúde de Manhuaçu foi iniciada pelo presidente Dr. Sebastião Adão de Andrade, na quarta-feira, 11/04, no auditório da Secretaria Municipal de Saúde. Compuseram a mesa a vice-presidente Kellem Miranda e a secretária da mesa Diretora Dra. Karina Gama dos Santos Sales.

Comunicações

Foram lidos diversos ofícios, dentre eles, um da Promotoria de Justiça informando que todas as demandas relacionadas ao Conselho Municipal de Saúde foram arquivadas.

O hospital César Leite informou o recebimento de verbas para aquisição de equipamentos e material permanente, sob indicações dos deputados Mário Heringer (R$ 799.989,00) e Renzo Braz (R$ 200.000,00). Também foram lidas atas das reuniões anteriores, todas aprovadas pela plenária do CMS.

Também foram apresentadas e discutidas as situações ligadas às representatividades dos Conselheiros Rudinei Hott Costa, Gláucia Rocha Mendes Dutra e Dercília Maria dos Santos. Haverá reuniões da comissão específica para as devidas avaliações de forma mais abrangente.

Comissões

O presidente do CMS esclareceu e informou a composição das Comissões do Conselho.
A Comissão de Orçamento e Finanças ficou formada com os seguintes conselheiros: Altamir João da Silva, Heloízio Heleno Cezário e Otalívia Vaz Evangelista.

A Comissão de Contratos e Convênios está composta dos conselheiros Chardson Roberto da Paixão, Fernando Rocha de Jesus e Gleisa Otoni Dutra.

Para atuar na Comissão de Avaliação e Fiscalização foram nomeados os conselheiros Dilson Dias Dutra, Denise Braga Jardim e Jadir Nunes do Carmo.

Na Comissão de Avaliação dos Relatórios de Gestão estão os conselheiros Verônica Corrêa de Araújo e Carmem Lúcia Moreira Schwenk.

RAG 2017

A Secretária de Saúde Dra. Karina Gama dos Santos Sales, apresentou aos conselheiros o RAG (Relatório Anual de Gestão) referente ao ano de 2017, que está disponível eletronicamente no SARG SUS desde 28/03. Ficou decidido pelo CMS que a comissão responsável fará uma avaliação para apresentar parecer à plenária.
Outro assunto tratado pela Secretária de Saúde foi sobre o incentivo financeiro para o Fortalecimento das Ações de Vigilância em Saúde. A parcela será única no valor de R$ 175.470,00. A Secretária informou que durante o período da aprovação até a liberação do incentivo pode haver alteração por parte da Secretaria de Estado de Saúde, caso aconteça o CMS será informado de forma oficial. A adesão foi aprovada pela plenária.  
 O Projeto de Lei 2418 que trata de gratificação financeira para agentes de endemias que conduzem os veículos, a exemplo do que acontece na Vigilância Sanitária, foi apresentado e aprovado pelos conselheiros. Haverá o encaminhamento à Câmara de Vereadores de Manhuaçu. Sobre este  tema o conselheiro Rudinei Hott destacou a importância do Plano de Cargos e Salários do município.
Assuntos gerais
Conselheiro Heloízio Heleno apresentou documentos médicos para atestar o motivo de sua ausência em algumas reuniões e explicou sobre sua eleição para o CMS.
Conselheiro Jadir Nunes pediu esclarecimento sobre a construção da unidade de saúde de Dom Corrêa. Dra. Karina, secretária de Saúde, informou que se aguarda liberação de pagamento para a continuidade da obra.
Conselheiro Rudinei Hott falou sobre denúncias que tem recebido sobre a fila de espera para cirurgias eletivas do SUS. Conforme disse o conselheiro tem vereador conseguindo benefícios para pacientes encaminhados por eles. O conselheiro não citou nome de nenhum vereador, pedindo que haja mais transparência, organização e controle da fila de espera, bem como a comunicação com o usuário cadastrado na mesma. Dra. Karina explicou que existem critérios estabelecidos legalmente e que são respeitados pela Secretaria. Denúncias podem ser feitas à Ouvidoria da SMS que está a disposição dos usuários do SUS. A Secretária informou ainda que a lista de espera é acompanhada  de perto pela Promotoria Pública do Município que recebe as informações oficialmente uma vez por mês.
Conselheiro Chardson Roberto Paixão, também falou sobre o assunto, tendo em vista que o Hospital César Leite foi citado. Paixão informou que o HCL respeita a fila de cirurgias eletivas do SUS e que somente é alterada por critérios médicos.  Informou ainda que  não há nenhum tipo de pressão da Secretaria de Saúde e nem da Prefeitura de Manhuaçu para alterar a lista em função de benefício a este ou aquele paciente.
A próxima reunião do CMS acontece na segunda quarta-feira do mês de maio de 2017, às 19h00, no auditório da Secretaria de Saúde.


segunda-feira, 9 de abril de 2018

Confira a pauta da reunião do Conselho de Saúde dia 11 de abril


Na próxima quarta-feira, 11 de abril, o Conselho Municipal de Saúde de Manhuaçu, realiza sua reunião ordinária, às 19h00, na Secretaria Municipal de Saúde, como acontece habitualmente toda segunda quarta-feira de cada mês. A reunião é aberta ao público.

Confira os assuntos que serão discutidos na reunião:

Leitura e aprovação de Atas; Apreciação do Relatório Anual de Gestão – 2017; Indicação de Conselheiros às Comissões e Aprovações das mesmas; Resolução 6002 – Incentivos financeiros das ações de vigilância em saúde; Alteração da Lei 2418/2004 a respeito de concessão do direito à gratificação dos servidores (Vigilância); Assuntos gerais.

"Seminário Controle Social na Saúde: Financiamento do SUS" acontece em junho



Em 2018, o Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU) e o Conselho Nacional de Saúde promovem a segunda edição do "Seminário Controle Social na Saúde: Financiamento do SUS". 

A iniciativa visa fortalecer o controle social por meio da formação de conselheiros estaduais de saúde de todo o Brasil. Todos os 26 estados e o Distrito Federal receberão o seminário em 2018.

A data prevista para Minas Gerais é 7 de junho, de 14h00 às 18h00, na Controladoria Regional da União no Estado de Minas Gerais, localizada à Rua Timbiras, 1778, Bairro de Lourdes, em Belo Horizonte. 

Ao todo são 140 vagas. Mais informações sobre inscrições em http://www.cgu.gov.br/sobre/institucional/eventos/2018/controle-social-na-saude

PROGRAMAÇÃO

 14h: RECEPÇÃO DOS PARTICIPANTES

14h15: ABERTURA

14h30: VIDEOCONFERÊNCIA: "CICLOS ORÇAMENTÁRIOS"
Consultor do Conselho Nacional, Professor Francisco Fúncia 

16h: INTERVALO

16h15: PALESTRA "O CONTROLE NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA"


18h: AVALIAÇÃO E ENCERRAMENTO

terça-feira, 3 de abril de 2018

21ª Plenária Nacional dos Conselhos de Saúde será realizada em Brasília


Dias 4 e 5 de abril, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) realiza a 21ª Plenária Nacional de Conselhos de Saúde, Entidades e Movimentos Sociais e Populares, em Brasília. Mais de mil participantes devem participar do evento, que vai debater os rumos do Sistema Único de Saúde no Brasil (SUS) e a 16ª Conferência Nacional de Saúde, agendada para 2019.

A plenária acontecerá dentro da programação da Semana da Saúde 2018, uma grande mobilização nacional com ações marcadas que acontecem entre 2 e 8 de abril com o objetivo de valorizar o SUS e fortalecer a luta contra os retrocessos recentes nas políticas de saúde. Será um momento de luta e de celebração ao Dia Mundial da Saúde, comemorado em 7 de abril.

A atividade será preparatória para 16ª Conferência Nacional de Saúde, que vai trazer o tema: “Democracia e Saúde: Saúde como Direito e Consolidação e Financiamento do SUS”. As despesas com passagem e hospedagem devem ser custeadas por suas respectivas entidades.

A 16ª Conferência fará uma referência à 8ª Conferência, realizada em 1986 e considerada um marco na história das conferências, conformando as bases para a seção “Da Saúde” da Constituição Brasileira de 1988, que consolidou o SUS.

Programação da plenária

Na manhã do dia 5 de abril, haverá um ato em Brasília para entregar no Supremo Tribunal Federal (STF) o abaixo-assinado em apoio à Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5.658, que tem como objetivo vetar a Emenda Constitucional 95/2016. A mudança na Constituição é preocupante, pois congela os investimentos em saúde pelos próximos 20 anos e já está em vigor desde o início de 2018.

Informações Ascom CNS

Formação de Controle Social no SUS em Belo Horizonte


Com o objetivo de formar multiplicadores capazes de qualificar sua atuação pela democratização do Estado e pela garantia dos direitos sociais, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) realiza Oficinas de Formação para o Controle Social no Sistema Único de Saúde (SUS). O curso, com agenda em todo o Brasil, é voltado para conselheiros e conselheiras municipais e estaduais de saúde, além de lideranças de movimentos e organizações populares que atuam na luta pelo Direito Humano à Saúde.

A participação popular na construção e fiscalização das políticas públicas de saúde é fundamental para a democracia. Por isso, as oficinas têm o intuito de fortalecer os participantes como sujeitos sociais que atuam na formulação e deliberação das políticas, desenvolvendo também o intercâmbio de experiências sobre o controle social no SUS.

As inscrições devem ser feitas por meio do site (www.formacontrolesocial.org.br). Serão disponibilizadas 80 vagas. 30% de lideranças de movimentos e organizações populares; 70% de conselheiros e conselheiras municipais e estaduais. A seleção será feita pela Comissão Intersetorial de Educação Permanente para o Controle Social do SUS do CNS e do Conselho Estadual de Saúde de cada estado. Com isso, será possível criar uma rede de pessoas em defesa dos direitos básicos à saúde no Brasil.

Em Minas Gerais, a formação está programada para o dia 10 de abril, a partir de 08h30, em Belo Horizonte. Mais informações no site do Conselho Nacional de Saúde (conselho.saude.gov.br)


segunda-feira, 2 de abril de 2018

Restrição a doadores de sangue homossexuais será analisada pelo STF


Restrição a doadores de sangue homossexuais será analisada pelo STF

Proibição de doação por homens em relacionamento homossexual opõe autoridades de saúde, ativistas e pessoas interessadas em doar. Sem previsão de análise, decisão está nas mãos do Supremo Tribunal Federal, com pauta tomada por assuntos ligados ao universo político

O Supremo analisa a Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5543. Proposta pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), ela questiona normas do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que restringem a doação de sangue por homossexuais masculinos. O julgamento foi suspenso em 26 de outubro do ano passado, quando o ministro Gilmar Mendes antecipou pedido de vista dos autos. Ainda não há data para entrar novamente na pauta do STF.

Os ministros Luís Roberto Barroso, Luiz Fux e Rosa Weber seguiram o relator, Edson Fachin, que julgou as normas inconstitucionais, por considerar que elas impõem tratamento não igualitário injustificável. Já Alexandre de Moraes julgou parcialmente procedente a ação, declarando ser possível a doação por homens que fizeram sexo com outros homens, desde que o sangue somente seja usado depois do teste imunológico, a ser feito depois da janela sorológica definida pelas autoridades de saúde.

A legislação brasileira não explicita a proibição da doação por parte dos homossexuais, mas, na prática, restringe a ação desses grupos. A Portaria 158, de 4 de fevereiro de 2016, que redefine o regulamento técnico de procedimentos hemoterápicos define, em seu artigo 64, grupos impedidos de doar por um período de um ano, entre eles, “homens que tiveram relações sexuais com outros homens e/ou as parceiras sexuais destes”.

Também estão incluídos nesse grupo pessoas que tenham feito sexo em troca de dinheiro ou drogas ou seus parceiros; que tenham tido um ou mais parceiros ocasionais e desconhecido; que tenham sido vítimas de violência sexual; ou tido relação com portadores de HIV, hepatites B e C ou outra infecção de transmissão sexual e sanguínea; que tenham sido presos; feito piercing, tatuagem ou maquiagem definitiva, entre outros casos. Todas as condições se aplicam ao candidato a doador e a seu parceiro.

Informações Uai.com.br