“É de grande importância que as mulheres se mostrem
vigilantes sobre a própria saúde, identificando precocemente hábitos nocivos,
sintomas físicos e psíquicos e aderindo a hábitos saudáveis”, destaca o
Departamento de Ações Programáticas Estratégicas do Ministério da Saúde.
Fatores sociais, como moradia, alimentação, escolaridade, o
acesso à renda, ao emprego, fatores culturais, étnicos, raciais, psicológicos e
comportamentais podem levar a mulher ao adoecimento. Por isso, neste dia 8 de
março, data internacional destinada à celebração da figura feminina, o
Ministério da Saúde preparou uma lista especial: Os 10 cuidados primordiais com
a saúde da mulher.
1 – Manter alimentação saudável
Uma alimentação saudável, desde os primeiros dias de vida,
como a amamentação e o consumo de alimentos in natura, por exemplo, traz
benefícios à saúde. Resulta na redução de fatores de risco para doenças, como o
sobrepeso e o aumento do colesterol, além do bem estar físico e mental e da
importância do vínculo entre mãe e bebê.
2 – Cuide de sua saúde mental
Identificar precocemente sintomas psíquicos e buscar
acolhimento de saúde pode ser decisivo para que haja abordagem oportuna pelos
profissionais de saúde.
Afinal, sabe-se que as mulheres se encontram em uma situação
de vulnerabilidade por ganharem menos, por estarem concentradas em profissões
menos valorizadas, por terem menor acesso aos espaços de decisão no mundo
político e econômico, por sofrerem violência doméstica, física, sexual,
psicológica, econômica, além da negligência e abandono. Além disso, elas vivem
dupla e tripla jornada de trabalho.
Para as mulheres idosas, há ainda a questão do isolamento
social e transtornos emocionais devido à aposentadoria, à viuvez, às alterações
fisiológicas, e dos sofrimentos provocados por uma sociedade que supervaloriza
a juventude e desvaloriza as marcas do envelhecimento feminino.
Além dos sintomas de depressão, outros transtornos mentais
necessitam de atenção e cuidado, como os de ansiedade, insônia, estresse e
transtornos alimentares. Fatores psicossociais e ambientais estão relacionados
à incidência dessas doenças.
3 – Falando de Sexualidade
A sexualidade engloba um conjunto de aspectos que envolvem o
prazer, o desejo, a ternura, o amor, que são o resultado da convergência de
natureza psíquica-bio-sócio-histórico-cultural. Portanto conhecer o próprio
corpo é fundamental para identificação dos pontos de prazer e exercício da
sexualidade, em todas as idades. A mulher vai tendo vivências e experiências da
sua sexualidade que vão mudando com o passar dos anos.
Nas adolescentes, por exemplo, o início da puberdade é
marcado por muitas mudanças como o aparecimento de espinhas, nascimento do
broto mamário, pelos pubianos gerando muitas vezes dúvidas e inseguranças.
Falar da sexualidade das mulheres idosas ainda é um tabu, o
que dificulta a busca de informação e a superação de obstáculos para que se
alcance uma vida sexual saudável e com qualidade nesta faixa etária.
Após a menopausa, por exemplo, as mulheres podem apresentar
algum desconforto nas relações sexuais com penetração vaginal, por causa das
condições de hipoestrogenismo e, consequentemente, hipotrofia dos tecidos
genitais. Utilizar creme vaginal, nestes casos, pode favorecer as condições
genitais para o pleno exercício da sexualidade.
4 - Conhecer seu próprio corpo
Você conhece o seu corpo? Esta pode parecer uma pergunta com
resposta óbvia, porém muitas pessoas não conhecem seu próprio corpo. Os motivos
são os tabus, valores sociais e questões que envolvem sexualidade e gênero.
Todos sabem que a saúde sexual é essencial para homens e
mulheres serem saudáveis física e emocionalmente. Porém, ainda é grande o
número de mulheres que sabem pouco ou nada sobre a anatomia e o funcionamento
do seu corpo.
5 - Realizar exames de rastreamento
O Sistema Único de Saúde oferta exames para rastreio do
câncer de colo de útero e câncer de mama para as mulheres de acordo com
diretrizes específicas.
O início da coleta do exame Papanicolau, para rastreio do
câncer de colo de útero, deve ser aos 25 anos de idade para as mulheres que já
tiveram atividade sexual. Os exames devem seguir até os 64 anos e serem
interrompidos quando, após essa idade, as mulheres tiverem pelo menos dois
exames negativos consecutivos nos últimos cinco anos.
O rastreamento para o câncer de mama, com o exame de mamografia
é a estratégia de saúde pública que tem sido adotada em contextos onde a
incidência e a mortalidade por câncer de mama são elevadas. A recomendação para
as mulheres de 50 a 69 anos é a realização de mamografia a cada dois anos e do
exame clínico das mamas a cada ano.
6 – Proteger- se contra IST/HIV
As Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) são causadas
por vírus, bactérias ou outros microrganismos. Elas são transmitidas,
principalmente, por meio do contato sexual (oral, vaginal, anal) sem o uso de
camisinha masculina ou feminina, com uma pessoa que esteja infectada. A
transmissão de uma IST pode acontecer, ainda, da mãe para a criança durante a
gestação, o parto ou a amamentação.
A Prevenção Combinada é uma estratégia que faz uso
simultâneo de diferentes abordagens de prevenção aplicadas em múltiplos níveis
(individual, nas parcerias/relacionamentos, comunitário, social) para responder
a necessidades específicas de determinados segmentos populacionais e de
determinadas formas de transmissão das IST.
O uso de preservativos feminino ou masculino é a forma de vivenciar a sexualidade de forma segura. Vale lembrar que o uso do preservativo não serve somente para evitar gravidez, mas é fundamental utilizá-lo para prevenção das IST, HIV/Aids. Caso ocorra sexo sem preservativo, procure uma unidade básica de saúde para ter orientações e faça os testes rápidos.
7 - Faça escolhas conscientes sobre métodos contraceptivos
O Sistema Único de Saúde disponibiliza diversos métodos
contraceptivos para que adolescentes e mulheres possam escolher a maneira mais
confortável de planejar quando, como e se vai querer ter filhos. A mulher pode
escolher entre os métodos: injetável mensal, injetável trimestral, minipílula,
pílula combinada, diafragma, Dispositivo Intrauterino (DIU), além dos
preservativos feminino e masculino.
8 - Busque ajuda em caso de violência
A violência contra as mulheres afeta cidadãs de todas as
classes sociais, raças, etnias, faixas etárias e orientações sexuais, e se
constitui como uma das principais formas de violação dos direitos humanos, pois
atinge as mulheres no seu direito à vida, à saúde e à integridade física.
As agredidas vivenciam situações de medo, pânico, baixa
autoestima, ansiedade, angústia, humilhação, vergonha e culpa, perda da
autonomia e, muitas vezes, fragilidade emocional. Agouros que abrem margem para
quadros clínicos como depressão, síndrome do pânico, ansiedade, distúrbios
psicossomáticos, entre outros.
Se está passando por alguma situação que lhe incomoda,
converse com pessoas de sua confiança e vá até um serviço de saúde mais próximo
de casa para pedir ajuda e tirar dúvidas.
9 – Utilize práticas saudáveis para os sintomas comuns
durante os ciclos menstruais e no climatério/menopausa.
Medicar o corpo das mulheres, em nome da ciência e de um
suposto bem-estar, sempre foi uma prática da medicina, que só será modificada
quando as mulheres tiverem consciência de seus direitos, das possibilidades
preventivas e terapêuticas e das implicações das distintas práticas médicas
sobre o seu corpo.
A medicalização do corpo das mulheres com uso de hormônios
durante o climatério/menopausa, por exemplo, encontra um campo fértil no
imaginário feminino pelas falsas expectativas como a eterna juventude e beleza.
10- Planeje e vivencie uma gestação saudável
O planejamento reprodutivo é um importante recurso para a
saúde das mulheres. Ele contribui para uma prática sexual mais saudável,
possibilita o espaçamento dos nascimentos e a recuperação do organismo da
mulher após o parto, melhorando as condições que ela tem para cuidar dos filhos
e para realizar outras atividades.
O acompanhamento pré-natal assegura o desenvolvimento da
gestação, permitindo o parto de um recém-nascido saudável, sem impacto para a
saúde materna, inclusive abordando aspectos psicossociais e as atividades
educativas e preventivas.
A opção por não ter filhos também deve ser assegurada, e a
abordagem nessa situação deve ser livre de preconceitos e crenças por parte dos
profissionais de saúde.
Com estas dicas, fica mais fácil cuidar da saúde, em
qualquer fase da vida.
Erika Braz, para o Blog da Saúde
Acesse aqui publicações do Ministério da Saúde destinadas à
Saúde da Mulher http://portalms.saude.gov.br/saude-para-voce/saude-da-mulher/publicacoes
Erika Braz, para o
Blog da Saúde