PÁGINAS

quarta-feira, 30 de julho de 2014

SUS vacinará contra a Hepatite A

O Ministério da Saúde anunciou nesta terça-feira, 29/07, que tem como meta vacinar 2,8 milhões de crianças contra a hepatite A. A vacina será incorporada ao calendário nacional e será recomendada em uma dose para crianças maiores de um ano e menores de dois anos.

O investimento para a compra de 5,6 milhões de doses foi de R$ 111 milhões. “O que é suficiente para mais de um ano”, afirmou o ministro da Saúde, Arthur Chioro. Já foram distribuídas 1,2 milhão de doses a Estados e municípios.
A vacina começa a ser ofertada neste mês em 12 Estados: Acre, Rondônia, Alagoas, Ceará, Maranhão, Piauí, Pernambuco, Distrito Federal, Goiás, Espírito Santo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Em agosto, mais 12 Estados receberão as doses: Amazonas, Amapá, Tocantins, Bahia, Paraíba, Rio Grande do Norte, Sergipe, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Janeiro, Santa Catarina e Pará. A partir de setembro, a vacina estará disponível em todo o Brasil, com a chegada em Roraima, São Paulo e Paraná.
Com a incorporação, o Brasil passa a ofertar todas as vacinas recomendadas pela Organização da Mundial da Saúde. A vacina de Hepatite é alvo de uma Parceria de Desenvolvimento Produtivo (PDP) entre o Ministério da Saúde e o laboratório da Merck Sharp e o Butantã. A expectativa é a de que até 2018 a incorporação de tecnologia pelo instituto brasileiro esteja concluída.
Hepatite A e condições sanitárias
A doença é muito comum. “Os casos identificados são a ponta do iceberg”, afirmou Barbosa. A doença está relacionada a condições sanitárias precárias. De 1999 a 2013, foram registrados 151.436 infecções. Entre 1999 a 2012, foram 716 mortes. Embora o País tenha reduzido o número de casos, nos últimos anos, há o maior risco de casos graves. “Com a melhora da situação sanitária, o contato com o vírus foi retardado. E quanto mais tarde o contato, maior o risco de casos graves”, explicou Barbosa. A doença infecciosa é provocada por um vírus, que atinge o fígado. Ela é transmitida via oral, por água e alimentos contaminados.
O ministro Chioro atribuiu os dois anos de espera entre a recomendação da vacina e sua efetiva incorporação à consolidação da PDP. “É um investimento que vale a pena. Teremos uma redução significativa de mortes e de número de casos”, avaliou o ministro. “Com a mudança do perfil dos pacientes, é preciso estender a vacinação. Isso permitir uma mudança no padrão da doença”, completou.
Barbosa observou que, além das negociações sobre a PDP, a incorporação da vacina exigiu um esforço para melhorar a logística. “Tivemos de fazer uma investimento de R$ 50 milhões para rede de frio, responsável pelo armazenamento dos remédios.” A Conitec havia recomendado, no início, duas doses. “Verificamos que a capacidade de resposta imunológica foi a mesma, independentemente se são uma ou duas doses”, disse Barbosa.
Imunização de grávidas
Este ano, outra vacina será incorporada: a DTP acelular para grávida. A expectativa é de que isso ocorra até o fim do ano. “Seremos o primeiro país da América Latina a usar em gestantes”, disse Barbosa.
Fonte: Agência Estado

terça-feira, 29 de julho de 2014

Secretaria de Saúde responde questionamentos do Conselho de Saúde

O Conselho Municipal de Saúde (CMS), de Manhuaçu, faz oficialmente uma série de cobranças e questionamentos junto à Secretaria Municipal de Saúde, no sentido de promover uma melhor saúde pública no município. Estes questionamentos são pedidos pelos conselheiros de saúde e foram apresentados em uma reunião da Câmara de Vereadores.

Passado algum tempo, a Secretaria Municipal de Saúde, encaminhou ao CMS ofício com as respostas solicitadas. A seguir, apresentamos o conteúdo dos últimos ofícios encaminhados ao secretário de Saúde, Dr. José Rafael, e as respostas fornecidas.

CMS: Porque o aparelho de colonoscopia está quebrado há seis meses prejudicando os atendimentos dos usuários do SUS?
        
SMS: O aparelho de colonoscopia já está consertado, havendo disponibilidade do HCL para fazer o exame com o aparelho próprio, o que vai dar mais agilidade, sendo possível fazer 04 exames por semana para suprimir a demanda.

CMS: O Aparelho de ultrassonografia está constantemente com defeito, além de  problemas no aparelho de “no break”. Pacientes se deslocam da zona rural, por várias vezes e os exames não são realizados. O que está sendo feito?

SMS: O aparelho de ultrassonografia está consertado e funcionando normalmente, tendo havido necessidade de manutenção, que já foi realizada. Quanto ao “no breack” do referido equipamento, a empresa responsável  foi acionada e está sendo notificada pelo departamento jurídico.

CMS: Existem muitos pacientes na fila de espera para fazer endoscopia, totalizando 30 pacientes por ESF’S, uma vez que temos no município 20 unidades de saúde. No entanto existem mais ou menos 600 pacientes na fila de espera. (dados referentes ao mês de maio). Porque a situação está assim?

SMS: Temos atualmente apenas 01 (um) aparelho de endoscopia para atender o município, por isso há fila de espera. A Secretaria está buscando junto ao consórcio a compra desses exames para complementar a oferta.

CMS: Foi aprovado pelo CMS convênio com a Hemodinâmica do Hospital César Leite para o atendimento aos casos de urgência de cateterismo. Até o presente momento sem nenhuma resposta. Qual a explicação?

SMS: O processo está em tramitação. Foi devolvido ao HCL para providenciar a documentação complementar.

CMS: As Unidades de Saúde de São Pedro, Sacramento e Palmeiras continuam na mesma situação sem nenhuma obra de reforma iniciada. Quando será feito?

SMS: Todas as Unidades de Saúde que são próprias e que tem documentação estão com levantamentos realizados aguardando liberação de convênio estadual para serem reformadas. As unidades que são alugadas ou que são próprias mas não tem documentação estão sendo feito levantamento de custo para serem reformadas com recursos próprios do município e/ou da Secretaria de Saúde. A mesma resposta se aplica ainda aos questionamentos de reformas da sede da Secretaria e de seus setores, como por exemplo Raios X, Unidade de Saúde de Manhuaçuzinho, etc.

CMS: A Coordenadora das equipes de Estratégia de Saúde da Família não cumpre horário, sendo a mesmo cargo comissionado, descumprindo a Lei Orgânica Municipal. Porque é assim?

SMS: A Coordenação da Estratégia Saúde da Família será substituída conforme parecer do Departamento Jurídico devido a incompatibilidade de horário da atual coordenadora. As medidas necessárias para a substituição estão sendo analisadas por este Secretário.

CMS: Médicos das Unidades de Saúde da Família não cumprem o horário estabelecido. Foi aprovada modificação contratual para demanda espontânea? Quais medidas foram tomadas pela Secretaria Municipal de Saúde?

SMS: É responsabilidade da enfermeira (o) da ESF o acompanhamento do cumprimento da carga horária da equipe, inclusive do médico para fechamento do ponto mensal. É enviada a folha de freqüência assinada pelo médico e pela enfermeira. A Secretaria determinou maior rigor no cumprimento da carga horária, bem como a anotação da carga condizente com as horas trabalhadas, permitindo acompanhamento mais minucioso dos casos considerados não conformes.

CMS: Faltam de médicos especialistas (fila de pacientes aguardando há mais de três anos); Oftalmologistas somente para crianças. E os adultos, como serão atendidos?

SMS: São disponibilizadas 152 vagas por mês. A prioridade é para crianças e adolescentes em idade escolar, adultos com diabetes, glaucoma, catarata, pterígio e urgências.  80% das vagas mensais são para o público considerado prioritário e 20% para os casos não prioritários.

CMS: Quando serão retomadas as obras da construção da Farmácia do SUS, paralisadas há muito tempo?

SMS: Não há impedimento  legal para  recomeço da obra. A  empreiteira  responsável  foi  acionada  pelo  jurídico  em  2013   e  não há interesse da mesma em continuar pelo valor orçado, não havendo portanto impedimento  legal para  o recomeço.  Todavia,  no momento,  a  Secretaria  de  Saúde  não   dispõe de recurso  financeiro para continuidade  da referida obra

CMS: Refeitório da UPA/Laboratório construído, finalizado, equipado. Porque ainda não está funcionando?

SMS: Está tudo pronto para  o  início  das  atividades  no  refeitório, porém  devido  a  aposentadoria  de  uma  funcionária  da  cozinha ,  foi  necessário adiar,  até  que  a funcionária  seja  substituída.

CMS: A frota de veículos da SMS está sucateada devido à falta de manutenção e gastos excessivos de dinheiro público com terceirizados. Por quê?

SMS: Após a regularização da licitação de peças e mão-de-obra, os veículos estão sendo reformados. Alguns veículos que estavam para ser leiloados foram consertados e já compõem a frota em atividade. Foram  consertados nesse ano 07  veículos  e mais  05 já estão sendo consertados  desta  data, além da compra de 04 novos que já foram pedidos ao fornecedor e a aquisição de 01 ambulância nova.

CMS: Médicos e enfermeiros das Estratégias de Saúde da Família não estão realizando visita domiciliar por falta de veículos?

SMS: Conforme resposta anterior, após a regularização da manutenção de parte da frota, as solicitações de veículos estão sendo atendidas.

CMS: Relatório do 3º quadrimestre até o presente momento não apresentado ao Conselho Municipal de Saúde,  pois estava agendado 27/03/14 para apresentação e não foi feito, pois não conseguiam fechar as contas na Prefeitura, sem nenhuma satisfação ao Conselho. Qual a explicação?

SMS: Os relatórios do 3º quadrimestre 2013 e 1º quadrimestre 2014 estão prontos e serão apresentados na próxima reunião do CMS. (Em tempo: relatórios foram apresentados nas reuniões de julho/2014).

CMS – Porque as cotas do laboratório foram diminuídas, quando a população está aumentando?

SMS: O laboratório necessita de computadores para agilizar a digitação e  liberação de exames e precisa também de pessoal nível médio para completar o quadro.

CMS: Porque a Internet da Secretaria de Saúde, laboratório e unidades de saúde é lenta e ineficaz, atrasando os resultados de exames que demoram em torno de 40 minutos para serem liberados (cada exame)?

SMS: Algumas unidades já estão recebendo a internet licitada pela prefeitura. O laboratório da SMS está recebendo novo cabeamento da internet.

CMS: O Setor de Tratamento Fora do Domicílio está funcionando somente até 11:00, por falta de funcionários que a Prefeitura Municipal remanejou, e não foi feita substituição. O usuário fica prejudicado mais uma vez?

SMS: Não foram repostos os servidores remanejados para a Prefeitura e também alguns exonerados. O RH SUS atendendo a determinação remanejou um funcionário para o TFD onde a mesmo já está trabalhando.

CMS: O que será feito no Setor de Fisioterapia onde há fila de espera,  veículo insuficiente para transportar os pacientes e equipamentos sucateados?

SMS: Será necessário montar  mais uma sala para ampliar o serviço de fisioterapia, bem como a contratação de mais 01 profissional para atender a demanda.

CMS: Falta de humanização no atendimento prestado por vários setores da saúde deixando o usuário sem a devida atenção. Até quando?

SMS: Começamos a montar um cronograma de reuniões com os setores para tratar do assunto em questão, bem como com coordenadores visando a realização de curso de capacitação para os funcionários/colaboradores.

CMS: A UPA está sobrecarregada. Municípios vizinhos fazem ambulatório na Unidade e não há o não cumprimento do horário dos médicos das Estratégias de Saúde da Família do nosso município? O que será feito?

SMS: Tem sido solicitado por este Gestor nas reuniões da CIR que sejam revistos os critérios para encaminhamentos de pacientes para a UPA, visando a redução dos atendimentos ambulatoriais na mesma, porém sem surtir o efeito necessário.

CMS: Foi aprovada mais uma equipe multidisciplinar do NASF em caráter de urgência, mas até o momento a referida equipe não está contratada. Por quê?

SMS: Aguardando autorização do Município para contratação de pessoal.

CMS: Quando será apresentado o Plano Municipal de Saúde e Programação Anual de Saúde da Secretaria Municipal de Saúde de Manhuaçu.

SMS: O Plano está pronto e será encaminhado para apreciação do CMS na próxima reunião, que deverá marcar reunião extraordinária conforme legislação para aprovação e após, ser homologado pelo Prefeito que deverá encaminhar cópia para a Câmara Municipal, SES e CIRA.


Luiz Nascimento, com informações do Conselho Municipal de Saúde 

domingo, 27 de julho de 2014

Conselheira diz que Secretaria de Saúde precisa ter plano e mais transparência

Na sessão legislativa desta quinta-feira, 24/07, em que a Secretaria de Saúde realizou audiência específica para a prestação de contas referentes ao 3º Quadrimestre de 2013 e o 1º Quadrimestre de 2014, a Conselheira de Saúde e Professora, Dorca de Carvalho Vidal, previamente inscrita, se pronunciou em plenário, e cobrou da Secretaria um plano de Saúde, de modo que o conselho e a sociedade em geral possam acompanhar e fiscalizar os trabalhos. “Como vamos fiscalizar a prestação de contas? O próprio contador que veio prestar contas do fundo de Saúde jogava a bola para o Secretário, o Secretário joga a bola para a menina que trabalha na Prefeitura, enfim, um perguntava para o outro, parecendo cena do filme ‘Perdidos na Noite’”, desabafou a conselheira.

De acordo com Dorca Vidal, estabelecer um plano de ação para a Saúde possibilitaria um real acompanhamento do que está sendo feito. “Eu assisti a prestação de contas e ninguém sabia dar uma informação clara a respeito das coisas. Não conheço, por exemplo, o plano de Saúde, então não tem como analisar as informações. [...] Sinto uma fragilidade dentro do Conselho de Saúde, porque dados e números podem ser falseados. Outro dia, disse no conselho que vamos precisar solicitar auditoria na Saúde, para verificar estas contas, porque dizem que a Saúde vai bem, mas não sabem informar quanto cada unidade de Saúde recebe por mês, do Governo Federal. Gastou-se R$ 800 mil com o transporte terceirizado que daria para comprar alguns carros, mas ninguém explica isto claramente. As pessoas leigas têm todo direito à informação. Aliás, isto é outra Lei aprovada”, afirmou.

O cumprimento do município ao Piso Nacional aos Agentes Comunitários também foi outro ponto que Dorca defendeu, relatando que “há bastante tempo, são sonegados aos servidores alguns valores, que não sei aqui precisar. O Secretário de Saúde disse que a Lei do Piso é pura politicagem, mas não é. É pura falta de conhecimento de causa, porque é uma matéria que já foi aprovada e votada, pelo Congresso e Senado, e sancionada pela Presidência da República. O piso é justamente para acabar com este enrolo, em que algum município paga e o outro diz que não pode pagar, enfim, não há transparência na Saúde, e, onde não tem transparência, nem tem como você vigiar”.

A Professora mencionou ainda a necessidade de melhorias urgentes na estrutura física do SUS, possibilitando humanização de ambientes para usuários e servidores do setor. “É uma ofensa quando as pessoas chegam lá em cima, onde funcionou o Pronto Socorro. Elas se envergonham, porque aquilo ali é imoral, e não é de agora, tem muito tempo, que é uma sujeira. É vergonhoso para o próprio funcionário trabalhar naquela condição e dizer que ali é um setor de Saúde. A Saúde começa com estrutura organizada, uma parede limpa, que é o mínimo que o usuário ou mesmo o funcionário tem direito”, reivindicou.

A Conselheira elogiou o trabalho desempenhado pelo Presidente da Comissão de Orçamento e Finanças da Câmara, Vereador Jorge Augusto Pereira. “Elogiei ao Jorge do Ibéria por desempenhar um papel que cabe ao vereador, que é o de fiscalizar e de cobrar providências para o absurdo que é este gasto com o transporte terceirizado e que não tem clareza para nós entendermos”, frisou.

Sobre o Plano de Ação para a Saúde, o Secretário M. de Saúde, Dr. José Rafael Oliveira Filho, disse que “está sendo desenvolvido pelo Planejamento. Deve ser apresentado no final do mês que vem, porque está bem adiantado”. Sobre as denuncias de falta de cafezinho e de papel higiênico em unidades do ESF do município, Dr. Rafael disse que “existem algumas queixas, mas elas são pontuais. O que acontece é que os coordenadores dos ESFs não fazem o pedido no tempo ágil. Há de se concordar que eu preciso ter uma rotina nos meus procedimentos, senão eu não conseguirei, com a logística que tenho, fazer, com poucos carros, esta distribuição”.


Fonte: Assessoria de Comunicação – Câmara Municipal de Vereadores de Manhuaçu

Conselho de Saúde aponta irregularidades na UPA e cobra melhorias

O Conselho de Saúde de Manhuaçu (CMS) se reuniu duas vezes neste mês de julho.  Em 16/07, os conselheiros apreciaram as contas da Secretaria Municipal de Saúde, primeiro quadrimestre de 2014, além da apresentação do relatório de avaliação dos atendimentos prestados pela UPA II, bem como as condições do local. Várias irregularidades foram encontradas. Na reunião extraordinária do dia 22/07, foram apresentadas as contas do terceiro quadrimestre de 2013, que estavam pendentes. Foi criada comissão com quatro conselheiros para avaliar as referidas contas. A mesma comissão dará parecer também sobre as contas do primeiro quadrimestre de 2014. Na mesma reunião, os conselheiros aprovaram o Relatório Anual de Gestão 2013.

Prestação de contas

Foram apreciadas as contas da Secretaria Municipal de Saúde, referentes ao período de janeiro a abril de 2014, que deveriam ter sido apresentadas em maio, conforme determinação legal. A justificativa pela não apresentação no mês referido é o atraso no fechamento das contas por parte da Prefeitura de Manhuaçu. Foram informados todos os procedimentos realizados e recursos aplicados no período. Conselheiros solicitaram que os valores investidos sejam apresentados de forma mais detalhada para se poder visualizar com mais facilidade os gastos.

Reclamações e cobranças

Conforme denúncias de conselheiros, várias unidades de saúde precisam de ações imediatas da Secretaria de Saúde.  Em Bom Jesus de Realeza, um problema denunciado há muito tempo é com relação ao transporte do médico desde Santo Amaro de Minas até o povoado. Um carro particular estava sendo usado para fazer o serviço de responsabilidade da Secretaria de Saúde. Na Unidade de Saúde de Santo Amaro de Minas, a maca da unidade está quebrada.  Na Unidade de Saúde do bairro Ponte da Aldeia, faltam copos descartáveis e até papel higiênico.

Participaram da reunião membros da família de Gutemberg Heringer, morto há um ano vítima de problemas cardíacos  sem o devido atendimento na UPA, conforme seus familiares. Naquela ocasião, Gutemberg  foi levado duas vezes à UPA. No  primeiro atendimento foi liberado por uma enfermeira com a recomendação de que poderia voltar para casa, tendo voltado em seguida e não resistido, vindo a morrer em decorrência do quadro não diagnosticado corretamente no primeiro atendimento, conforme denuncia a família. Familiares cobram do Conselho de Saúde uma postura mais questionadora. “O que o Conselho tem feito para evitar que novas pessoas morram sem o atendimento adequado na UPA”, questionou Heb Heringer, irmã de Gutemberg.

Conselho denunciado no Ministério Público Federal

Conselheiros tomaram ciência de uma denúncia apresentada ao Ministério Público Federal. A denúncia questiona o posicionamento do Conselho diante da não apresentação das contas da Secretaria Municipal de Saúde, referentes ao último quadrimestre de 2013, não apresentadas até esta reunião. Após a leitura da denúncia, o presidente do CMS, Nelson de Abreu, explicou que o Conselho tomou todas as providências que lhe cabiam, levando inclusive ao conhecimento do Ministério Público da Comarca de Manhuaçu e à Câmara de Vereadores. Abreu lamentou ainda a atual situação, pois apesar de todas as cobranças realizadas pelo Conselho, a Secretaria de Saúde não responde os ofícios encaminhados.

O presidente do Conselho aproveitou para falar ainda sobre a tentativa de cobrança de uma nota fiscal referente ao transporte de uma vítima de queimaduras em Realeza. O paciente foi transferido de Manhuaçu para Belo Horizonte em helicóptero do Corpo de Bombeiro de Minas Gerais, mas mesmo assim, chegou ao setor de finanças do município uma nota cobrando pelo serviço de UTI móvel que não foi realizado. Nelson de Abreu cobrou esclarecimentos: precisamos saber se é somente este caso de cobrança indevida ou se temos outros casos assim? Esta nota não foi paga, mas e outros casos como esse? questionou Abreu.

Relatório de atendimento prestado na UPA

Várias denúncias negativas em relação ao atendimento prestado na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) chegam com freqüência ao Conselho de Saúde. As mais graves dão conta de que pessoas podem estar morrendo por conta da qualidade dos serviços prestados no local.

O Conselho de Saúde formou uma comissão para avaliar o atendimento, as condições de trabalho, a estrutura física, aparelhos, materiais, produtos e medicamentos utilizados, com o objetivo de checar as denúncias. A comissão foi composta pelos conselheiros  Ana Lígia de Assis, Deyse Sampaio, Jadir Nunes e Marivaldo Anselmo. Também participaram das reuniões Nelson de Abreu, presidente do Conselho de Saúde, Genilda Lopes de Almeida Breder e Rodrigo Izidoro da Silva, da UPA.

Leia a seguir os questionamentos feitos pela comissão, bem como as sugestões apresentadas para melhoria do atendimento na UPA:

Como é o fluxo de atendimento na UPA?

É feita a ficha do paciente que aguarda a classificação de risco no período do dia. A noite,  segue de acordo com os sinais e sintomas. O paciente aguarda em cadeiras no corredor com a ficha na mão até o atendimento do médico. Após o atendimento médico a ficha é entregue ao paciente para aguardar a medicação. Em caso de necessidade de utilização de maca a ficha é colocada na bancada de medicação/bandeja, próximo a maca. Quando o paciente é encaminhado para sala verde, a ficha é entregue à equipe de enfermagem que posiciona todas as fichas em cima da bancada.

Como é realizada a manutenção preventiva de equipamentos?

Não existe até o momento nenhum contrato firmado com empresas do ramo para realização destes trabalhos. Somente um funcionário da Secretaria de Saúde presta serviço de manutenção predial e pequenos reparos, mas atende também outras unidades, não conseguindo assim atender prontamente às demandas corretivas.

Faltam equipamentos na UPA?

Existe uma necessidade real, pois vários equipamentos como carrinho de emergência, aparelho de pressão, oxímetro e outros se encontram danificados e até mesmo em falta.

Faltam materiais?

A falta é constante de materiais como receituário, detergente, sabonete líquido, materiais em geral. Em 2014, a UPA chegou a ficar até 15 dias sem receituário médico.

Faltam medicamentos?

Foi constatada a falta do medicamento Cetoprofeno (antiinflamatório) e tubos para intubação, jelcos. Mesmo assim os atendimentos não foram prejudicados, pois os medicamentos foram emprestados pelo Hospital César Leite.

Quanto à higiene, como está a UPA?

A lavagem das mãos dos profissionais é feita através de educação continuada. Mas, o transporte de roupas da unidade é feito juntamente com roupas sujas, embora as roupas limpas estejam separadas.

Qual o tratamento dado aos resíduos?

Não existe nenhum tipo especial de tratamento.

Existe uma política de humanização do atendimento prestado pela UPA?

Não tem sido adotada nenhuma política. Sobre a capacitação e qualificação dos funcionários, foi também informado que as educações permanentes estão sendo preparadas e iniciadas pela nova gestão da UPA.

Médicos auditores do SUS visitam, periodicamente, a UPA?

Não são conhecidos dos funcionários ouvidos pela comissão e não se tem conhecimento de suas competências.

É prestado serviço de Assistência Social na UPA?

Não. Embora exista uma sala reservada para esta finalidade na unidade.

Como é organizada a escala de plantões dos funcionários da UPA?

Há uma dificuldade para elaboração da escala, devido à falta de funcionários, muitas vezes tendo que escalar funcionários para fazer dobras, chegando a se fazer 04 dobras de 24 horas nos dias pares e 01 dobra de 24 horas nos dias ímpares, devido às férias, atestados e licenças médicas. Sabe-se de funcionários que trabalham até 24 horas. Alguns funcionários têm dois empregos.  A carga horária dos enfermeiros é 12 x 60 e auxiliares de enfermagem 12 x 36.

Existe monitoramento de câmeras no interior da Unidade?

Embora seja necessário, ainda não tem.

O uso de Internet é permitido para funcionários?

O acesso é bloqueado. Uso somente mediante senha.

Existe refeitório para os funcionários?

Os alimentos são preparados na cozinha da Secretaria de Saúde e servidos em marmitex, mas não tem refeitório, com a justificativa de que falta funcionário para o local. Os funcionários comem numa escada da unidade.

Como acontece o atendimento médico dos pacientes internados em observação ou que aguardam vagas hospitalares?

O serviço é prestado por dois médicos horizontais, diariamente, de segunda a sexta-feira. Nos finais de semana fica a cargo dos médicos da urgência a prescrição.

Este método de atendimento funciona bem?

Nem sempre funciona e o paciente acaba ficando sem prescrição até 48 horas.

Médicos ortopedistas passam na UPA para avaliar pacientes?

Alguns passam.

Após a análise, a comissão de fiscalização e avaliação dos serviços, concluiu ser grave a situação da UPA de Manhuaçu e fez as seguintes recomendações: Reforma com urgência da estrutura física do prédio que está muito deteriorado; Contratação de uma empresa para manutenção dos equipamentos médico-hospitalar bem como, computadores e leitos; Aprimorar o processo de compra para evitar a descontinuidade de materiais e medicamentos; Implantar política de humanização, requisito obrigatório na política do SUS; Implantar câmeras de segurança nas dependências da unidade e um segurança 24 horas;  Melhorar a privacidade dos pacientes, adotando o regulamento da rede de urgência e emergência; Implantar o protocolo de Manchester durante as 24 horas do dia; Rever a forma de contratação dos médicos que prestam assistência UPA, apresentando hoje muitos médicos sem experiência em urgência/emergência; Promover educação continuada para todos os funcionários, inclusive médicos, visando a melhoria da assistência; Rever o processo de acompanhamento médico aos pacientes aguardando internação hospitalar; Aprimorar o processo de identificação e acompanhamento do paciente nas dependências da unidade; Rever a escala de funcionários para cumprimento das leis trabalhistas, inclusive com adequação do horário de almoço.

Luiz Nascimento, com informações do Conselho de Saúde