Quatro representantes de Manhuaçu participaram da 1ª
Conferência Estadual de Saúde das Mulheres, promovida pela Secretaria de Estado
de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) e Conselho Estadual de Saúde de Minas Gerais
(CES-MG). Participaram Carla Queiroz, Sulamita Heringer, Carmem Lúcia e Viviane
Carmo. O evento teve como objetivo propor diretrizes para a Política Estadual e
Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher no Sistema Único de Saúde (SUS).
Nos meses de maio e junho, gestoras, gestores, profissionais
de saúde, além de usuárias e usuários do SUS de todo o Estado se reuniram nas
Conferências Municipais de Saúde e também nas plenárias de movimentos populares
e sociais organizadas pelo CES-MG.
Nesses encontros, propostas as mais diversas foram
elaboradas pelas delegadas e delegados para serem trazidas para discussão na
Conferência Estadual. Para tanto, delegadas e delegados foram eleitos por seus
pares para os representarem a nível estadual.
No início desta semana, no Minascentro, em Belo Horizonte,
950 pessoas – 70% dessas, mulheres – se
reuniram novamente para discutir as propostas formuladas nos municípios. Nos
quatro grupos de trabalho, um relatório de cada eixo temático foi apresentado e
levado para a Plenária Final.
Além da participação no evento estadual, Carla Queiroz,
Sulamita Heringer e Carmem Lúcia foram eleitas delegadas para a 2ª Conferência
Nacional de Saúde das Mulheres ocorre em Brasília-DF, entre os dias 17 e 20 de agosto.
VULNERABILIDADE E INVISIBILIDADE
Na Conferência de Saúde das Mulheres, o contexto se amplia
para valer a trajetória de conquistas e, ao mesmo tempo, para a construção de
políticas públicas que realmente expressem as necessidades da população
feminina, respeitando sua autonomia em todas as dimensões e situações de vida.
As mulheres ainda sofrem com a violência de gênero (sexual
ou doméstica, na maioria dos casos), com o risco de contraírem doenças e
Não se pode deixar de considerar também a realidade nas
organizações de trabalho, sejam urbanas ou rurais, que acarretam significativas
consequências na vida das mulheres que acumulam jornadas extensas e comprometem
sua saúde cotidianamente. Em dez anos, a participação das mulheres com idade
ativa no mercado de trabalho cresceu de 50% (2000) para 55% (2010), enquanto a
participação masculina caiu de 80 para 76% no mesmo período (IBGE/SPM/MD). As
atuais condições de trabalho propiciam problemas como lesões por esforço
repetitivo (LER), depressões e outros distúrbios e transtornos mentais, perda
auditiva, partos prematuros, doenças cardíacas, alcoolismo e dependência
química, entre outros que precisam ter atenção especial nos programas de saúde
pública.
Quando se fala em saúde das mulheres, nos índices e números
relacionados, percebe-se que ainda há muito o que se fazer, planejar e executar
nos âmbitos municipal, estadual e nacional. Uma conferência de saúde é o
momento não só democrático, mas também de resistência nesse contexto de
constantes ameaças ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Informações da
Agência Minas/Portal Caparaó